A ideia que nos transmitem da faculdade parece-se como aqueles trailers que vendem uma qualidade exorbitante de um projeto cinematográfico e que, numa sala de cinema, nos leva ao arrependimento em relação ao investimento feito na bilheteira. A ideia que nos transmitem da faculdade é bastante romantizada para aquilo que ela realmente é e, pela minha experiência, que embora não tenha sido nem boa nem má, essa estratégia de marketing intrínseca ao ser humano é o que leva a que muitos de nós atravessem um processo de esgotamento mental, espiritual e de respostas para a vida, desvanecendo-se, também, a capacidade de questionar o que é ela, afinal.
A partir do momento em que perdemos essa nossa criança inquisitiva, nada mais valerá a pena conquistar porque a curiosidade é o que nos move e os nossos momentos na faculdade, na maior parte das vezes, atrasam-nos mais do que nos beneficiam. Quantas e quantas pessoas não se sentem geniais em momentos muito pontuais, mas esse brilho, qual chama de uma vela resguardada por um copo, perde-se em si mesmo, sem conseguir compreender o seu propósito. Ora porque os colegas se riem das ideias, ora porque os professores, no seu papel de superiores – mas que na verdade, não passam de outros meros humanos – amarram nos seus machados e nos acertam nos calcanhares, vendo em cada pedaço de nós um detalhe de Aquiles.
Tudo o que nos prometer ensinar algo, jamais será uma perda de tempo, pois, mesmo que não se tratem das lições do quadro, eventualmente serão as lições da escola que é a vida. Dentro daquele recinto, dia após dia, eu ia colhendo uma urgência de me auto descobrir e de explorar o potencial que eu sempre soube ter, mas que naquele campo minado, jamais poderia germinar. Não era para mim, tão simples quanto isso. Ainda estudo, de modo autodidata, e compreendo agora o que é que realmente funciona para que a minha mente absorva as informações com as quais a alimento. E, neste novo episódio do CONGRESSO BOTÂNICO, faço um testemunho sincero acerca da minha experiência na faculdade, mesmo que não tenha dito tudo o que pretendia.
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JÁ O SLOW J PREGAVA A ARTE DE DESACELERAR, ANTES EU TORNAR A SABER APROVEITAR UM DIA NA PREGUIÇA – imperium blog
25 de Abril, 2020 at 21:58[…] Mesmo estando em casa sem qualquer tipo de responsabilidade que vá daqui ao fim do mundo, não houve momento em que eu tivesse conseguido parar para simplesmente descansar. Não houve momento em que eu não me tenha questionado o que seria de mim se, ao contrário de todo o privilégio de ter o tempo livre, eu estivesse a ser assombrada por uma panóplia de tarefas desinteressantes e de tirar o fôlego. Este momento, inclusive, tem-se tornado bastante apropriado para me questionar se eu me estaria a dar bem no suposto mestrado que deveria estar a fazer, chegando à conclusão de que, muito provavelmente, eu estaria a ser acompanhada por um psico-terapeuta, tamanha a ansiedade com a qual teria de coabitar… Felizmente para mim, não estou sob esse stress e sinto-me grata por ter descoberto que esse método de obter outras graduações não é para mim. […]