Estou a tornar-me na pessoa que sempre desejei ser. Acho que já o disse pelo blogue, contudo, nunca cheguei a desenvolver esta frase. Sim, estou a desconstruir o que, durante uma existência, julguei ser a melhor maneira de me apresentar. Condicionei-me de tal forma a partilhar o que me percorre, quem realmente sou, que, inevitavelmente, perdi controlo do muito que poderia ser. No entanto, enquanto estiver viva, de saúde e curiosa acerca do mundo, vou sempre a tempo de melhorar.
2020 pode ser sido um autêntico tiro nos pés de alguns, mas para mim foi perfeito para me confrontar. Pelo menos, como nunca havia feito. Vivi sozinha por oito meses, tive de me fazer adulta e cuidar de responsabilidades que, até então, eram dos meus pais. Pelo percurso, todavia, pude fazer as pazes com muitos conflitos e abrir-me ao autoconhecimento de maneira intencional.
Coloquei em causa modos de pensar; consoante os dias passavam, aprendi a estar sozinha; aprendi a chorar e a cuidar de mim.
Descobri que guardo um poder incrível dentro de mim e que me permite conquistar o mundo. Só que, claro está, cruzar-me com esse potencial não foi do ar. Precisei de compreender e substituir certos hábitos que, surpreendentemente, me acompanham até ao momento. Uma coisa garanto: ter tido esse tempo só para mim foi essencial, especial e muito necessário. Mais do que eu poderia conceber. Portanto, hoje trago alguns desses hábitos. Não só por me sentir estupidamente orgulhosa deles, mas por poderem ser úteis a alguém!
Ter calendários afixados na parede e que me permitem visualizar o meu progresso
Para além de me manter organizada, motivam-me a prosseguir com os meus compromissos. Sendo um deles o exercício físico. Visto que cresci sendo muito inimiga do meu corpo, praticar exercício físico era um suplício. Até que eu tenha começado a compreender que existem várias maneiras de me exercitar, foi uma jornada e tanto. Muita coisa começou a melhorar quando adotei a dança como centro das minhas atividades, descobrindo outras opções igualmente aprazíveis.
Como tal, e para não continuar a falhar comigo mesma, ter adotado um calendário anual foi a minha solução. Todos os anos imprimo um bastante simples, colo na parede em cima da secretária e, conforme os treinos, pinto o dia correspondente. Ao final do ano, o que outrora era espaço branco, torna-se numa obra digna do pontilhismo!
Ter sempre uma garrafa de água comigo, tal como uma chávena de chá
Se há pessoa que bebe água, esse ser sou eu! Desconfio, até, que bebo mais do que é suposto. Muito por conta dos chás que ingiro. Adoro beber chá e quero que o mundo o saiba, pois, chá é muito bom! Apesar de tudo, esta ingestão ajuda-me a controlar a fome, a ir imensas vezes à casa-de-banho, além de me hidratar a pele! O único porém é, por vezes, levantar-me imensas vezes para fazer xixi antes de dormir. Fora isso, tudo em ordem!
Manter visíveis os itens de que preciso para treinar e estudar
Aquando do primeiro confinamento, coloquei-me a explorar imensas plataformas de estudo online, tendo feito alguns cursos. Mesmo que hoje já não ande a estudar muito, ainda mantenho visível o dossier dos apontamentos. Ainda sobre os treinos, faço questão de ter o equipamento bem visível, para não arranjar desculpas no momento dos mesmos. Estes estímulos são muito bons para que eu não fuja totalmente da realidade, nem me “esqueça” do que tem de ser feito!
Meditar e fazer yoga
Após quase 4 anos disto, sou uma aspirante a yogi, confesso… Se é que já não o seja! Já consigo meditar por 20 minutos seguidos, embora ultimamente me tenha ficado pelos 10. Quando é assim, deve-se a um único facto: há coisas que não quero enfrentar de momento… E a meditação, sem dúvida alguma, que me encaminha para essas mesmas questões.
Quanto ao yoga, tenho a dizer que me ajuda muito a administrar as tensões musculares, a trabalhar a flexibilidade… Tal como a sentir-me cada vez mais à vontade com o meu corpo. É inexplicável a sensação de equilíbrio que vou denotando entre o meu corpo com o mundo que me rodeia. E tudo porque me vou conectando com ele, nestas práticas tão simples!
Escrever diariamente no caderno de reflexões
Raros são os dias em que não anoto o que me vai na cabeça. E, quando o deixo pendente, é por estar realmente cansada. Uma vez que a escrita ajuda a organizar as ideias, sou uma prova de que o registo autorreflexivo é uma ferramenta de ouro. Claro que apesar de, às vezes, não ser o suficiente, tendo de recorrer à conversação, observar-me nos meus cadernos é fascinante. Há palavras das quais me esqueço de ter anotado e, quando releio, fico pasma perante as mudanças que se deram, desde então! Tal como partilhei contigo neste artigo sobre o journaling, devo muito ao papel e à caneta.
Apostar numa alimentação cada vez mais vegetal
Quem diria que, eu’zinha, teria a capacidade de ser amiga da comida, usá-la como minha aliada e transformá-la pela positiva. Tenho feito por consumir mais vegetais, leguminosas e frutas no meu dia-a-dia, reduzindo, então, a carne. Não me pronuncio sobre o peixe, pois, adoro-o, e muito menos falarei sobre ovos, dado que não vivo sem eles.
Além dos efeitos ambientais, muita coisa melhorou no meu organismo e, facilmente, consigo realmente sentir quando algo não está bem. Passei a amar cozinhar vegetais, sobretudo brócolos, courgette, couve-coração e bruxelas… Alimentos que mesmo constando no passado, eu não apreciava tanto. Muito mudou, e para melhor! O meu corpo, mente e espírito agradecem!
Entretanto, conta-me: que hábitos têm mudado a tua vida? ♥
(*) artigo inspirado no da Inês Mota, em Bobby Pins
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