BOX-OFFICE | Filmes para maratonar

É desafiante para mim encontrar filmes que me deixem vidrada. Não sou muito de filmes de ação ao estilo americano porque além de usarem a mesma fórmula há anos, não vejo qualquer profundidade no uso constante de armas, carros voadores e personagens sem interesse. Tal como para os livros, sou muito de mistério, elementos que mexem com o psicológico, sobretudo se estiverem relacionados com a humanidade.

Gosto, essencialmente, de observar como é que as personagens exploram os seus limites, muitas das vezes ultrapassando-os com o uso da loucura.

Dei voltas à cabeça numa busca por títulos já vistos e que pudesse aconselhar novamente. De alguns já falei no blogue – acho que de todos, na realidade -. E como é sempre ótimo dar a conhecer obras cinematográficas àqueles que, como eu, têm perdido alguma esperança quanto à qualidade dos mais recentes, nada como ajudar a reanimar a esperança.

De há uns anos para cá, as minhas produtoras favoritas têm sido as espanholas e sul-coreanas. Não que eu entenda grande coisa delas, nem tampouco seja uma cinéfila hardcore… A verdade é que consumir mais conteúdo fora da esfera americana tem-me ensinado que o que eleva a qualidade de uma proposta é a modelagem que fazem de diversos aspetos que parecem não combinar, mas que mexem com o âmago da nossa existência.

Acho incrível detetar aspetos culturais num filme, seja pelos cenários, gírias, problemas sociais…ou mesmo a forma como dirigem a narrativa.

As histórias são contadas de maneiras diferentes exatamente porque, por detrás, os narradores são de culturas diversas! As artes apenas refletem os momentos e necessidades sociais. Contudo, não estaremos mais do que preparados para abraçar outras abordagens, outras personagens, novos desafios? Para cada indicação, farei referência ao que já escrevi sobre elas, junto do link para as publicações respetivas!

HUSH, estados unidos da américa 2016

Este continua a ser um dos filmes mais inteligentes que já vi. Acho incrível ao facto de terem escrito uma personagem com limitações que, em princípio, a condenariam no cenário ao qual estava exposta. Para dizer a verdade, não só se safou bem como provou que a maior parte das fórmulas usadas em filmes de terror psicológico pecam pela falta de criatividade e exploração!

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PARASITE, coreia do sul 2019

Queria tê-lo visto no cinema por me ter cruzado com o seu cartaz em praticamente todas as estações de metro. A sessão acabou por ser em casa…e que experiência! Não contava que uma pequena brincadeira tomasse as proporções expostas no filme, além das reflexões às quais convida no âmbito social. Este é daqueles que só quando visto, é que passa a ter sentido!

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WHIPLASH, estados unidos da américa 2014

A música da última atuação acompanha-me até hoje. Acho-a forte, simbolizando visualmente a cena exibida dentro das capacidades da personagem principal, naquele que foi o seu maior desafio. Esta produção reflete de modo intenso como é nos aventurarmos no mundo das artes, sobretudo quando a fasquia não tem limites, nem tampouco os nossos orientadores. Este filme explora a loucura, a obsessão, infinitos abusos de poder, o que o torna ainda mais fascinante!

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SHUTTER ISLAND, estados unidos da américa 2010

Depois de me ter recordado superficialmente do elenco, dei-me conta de que não sei dizer ao certo como é que este filme começa e termina. Só sei que é insano, confuso, cativante. O momento da revelação é ainda mais explosivo, capaz de nos deixar presos no sofá por horas a questionar: se eu vivesse esta experiência, saberia distinguir qual é a minha realidade? Nada como o ver e corroborar com o que digo.

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THE INVISIBLE GUEST, espanha 2016

Creio que, lá no fundo, viva para alimentar um espírito atrofiado que ainda não reconheci como tal. Amo reviravoltas. Vivo para as consumir nos filmes, séries e livros. E esta produção espanhola aglomera um conjunto de fatores que a tornam uma das melhores que já vi. Não é em vão que a aconselho sempre aos meus amigos e conhecidos.

Ocorre um crime, mas não existem provas suficientes que sustentem a acusação. A trama gira, então, em torno de pequenas descobertas que nos possam direcionar a algum lugar, até que nos apercebemos de que algo não está certo. Não se trata, sequer, do crime e sim do modo como ele é desvendado.

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ONCE UPON A TIME…IN HOLLYWOOD, estados unidos da américa 2019

O primeiro filme que vi do Tarantino (pelo menos, de modo consciente, uma vez que ele parece estar em todo o lado no mundo do cinema) foi “Pulp Fiction”. Foi já muito tempo depois do hype ter as suas ondulações, mas deu-me abertura para muito mais. “Kill Bill” é o meu favorito até então. Só que falo de “Once upon a time in hollywood” por duas razões:

  1. por aludir a um dos crimes mais estúpidos nos EUA (todos o são, na realidade);
  2. e pelo modo como Tarantino explora as infinitas maneiras de a revelar, dentro de narrativas alternativas.

Ele não só se apoderou dos factos, como brincou com eles plantando uma perturbada curiosidade em torno do que se sucedeu na realidade. Sempre que quero descobrir as origens e consequências de determinado crime, apoio-me nos conteúdos da Bel Rodrigues, que se têm vindo a tornar cada vez mais excecionais.

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MOTHER, estados unidos da américa 2017

Não sou de toda religiosa. Entendo pouco sobre o conteúdo da bíblia, embora já a tenha tentado explorar. Além de não ter engatado, deixei de me obrigar a tal. Existem muitas formas de estudar o conteúdo das bíblias como meio de desvendar o comportamento humano atual, portanto escuso de me torturar. Este filme é um desses meios.

Não sei se estou a dar spoiler, contudo “Mother” é um filme estupidamente genial pelo modo como nos revela uma das origens da humanidade. Desconheço se o mesmo vingou no mundo do cinema, porém ainda cá habita na minha memória. E eu, como excelente cumpridora das minhas missões, aqui estou para vos fazer chegar esta masterpiece!

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Entretanto, conta-me: já viste algum destes filmes? O que achaste? ♥

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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