LIVROS | “O enigma do quarto 622”, Joël Dicker (*)

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Há muita coisa que ainda não sei dizer sobre este livro. Ele é daqueles que se entranha nos nossos espíritos e remói o que achamos ter de um faro aguçado. Adoro os livros da Agatha Christie. Não os leio tanto quanto poderia, mas dos poucos que explorei, guardo uma satisfação imensa pelos bons momentos dispensados imersa numa atmosfera tensa e, em simultâneo, confortável.

Aliás, não é apenas ela que se destaca, são praticamente todos os policiais que já li e nos quais já me inspirei para, de igual modo, rasurar umas ideias que quero desenvolver.

É neles que me baseio quando pego em livros deste género, não só pelo carinho que lhes tenho, como para manter um certo nível de exigência, embora cada leitura seja uma experiência única. Vocês não estão bem a entender o desespero que senti em certas partes de “O enigma do quarto 622″… Fazia tempo que queria explorar algumas obras do Joël Dicker e, por influência da Bel Rodrigues, este deu um pulo na lista de desejos.

Comprei-o em capa dura na Bertand, de um preto simples mas elegante, apesar da capa removível ser de igual modo apelativa. O plot principal é-nos dado desde a primeira folha, o que me levou a assumir que se trataria de uma narrativa fácil de descodificar… A questão é que, a cada capítulo, eu só me enterrava numa espiral confusa, incapaz de compreender como seria possível o autor manusear o seu génio desta maneira.

Este é daqueles livros em cujas páginas gosto de deixar anotações a lápis.

São, essencialmente, sobre as minhas impressões, desconfianças, dúvidas e que, ao consultar, corroboram ou se distinguem das revelações. Consumi, quase que descontroladamente, o decorrer desta trama que gira em torno do assassinato de alguém com relações – ou não! – a um banco de família, em Genebra. Como consequência, vêm ao de cima mil e um factos relacionados com ela, os que a rodeiam, os que nada têm a ver com aquilo e tanto mais que deixa de fazer sentido a cada página.

O modo como Dicker escreve influencia na velocidade com que o lemos. Sinto que a tradução foi elaborada com cuidado, uma vez que isso também conta para a nossa experiência enquanto leitores. Nunca fui de prestar muita atenção a isso, mas tendo em conta a língua original, isso poderia ter dado lugar a uma confusão imensa. Felizmente, não foi o caso.

De todas as personagens, apaixonei-me apenas por uma.

Gostei mesmo da sua construção, motivações, modos de agir, não obstante as diversas fatalidades em torno dela. De todas, pareceu-me a mais humana, criativa e estimulante. À parte dela, revoltou-me ler certos momentos em que certas figuras parentais assumiam um papel de poder sobre os seus, obrigando-os a seguir uma vida na qual eles, claramente, não sucederam.

Este tipo de situações mexe muito comigo, porque acho inaceitável termos as nossas vidas dependentes das vontades dos demais. Confesso que é um tema sensível para mim, visto as desconstruções que tenho feito internamente. Adoro livros que aparentam um tema principal, mas que conversam comigo em tons que nunca imaginei. Caso ainda não o tenhas lido, não percas tempo!


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