Estranhar o saudável

sobre o EP68 – estranhar o saudável

A experiência que tive no trabalho passado foi ambígua. Contudo, escolhi focar -me essencialmente na parte boa que foi ter conhecido pessoas incríveis que me inspiraram a questionar em que tipo de tribo quero pertencer. Mesmo quando ouvia falar do conceito, nunca tinha parado para pensar nele.

Para tentar perceber o que é que implicaria fazer parte de uma tribo de determinadas características.

Mas foi ali, com aquelas pessoas, que entendi o que é fazer parte de uma pequena comunidade onde é possível falar, questionar, ser vulnerável, receber essa vulnerabilidade de volta sem pedir, divertir-me, chorar e, acima de tudo, nem me dar conta dos problemas. Esta questão é uma faca de dois gumes, pois, na abstração dos problemas podem haver várias origens.

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Ou escolho ignorá-las para não pensar nelas de modo consciente, ou a dinâmica fantástica poderá ser um efeito placebo que, quando desmascarado, revela todos os enredos negativos que foram negligenciados. Confesso que vivi esse misto. O ambiente em que estava inserida conseguia abstrair-me das consequências nocivas à minha rotina, mesmo quando dizia que estava tudo bem.

Ainda assim, e pelos breves momentos em que me ia abaixo, a verdade é que foram meses relevantes no que toca à elevação das minhas fasquias e limites. Muitas vezes, dei por mim a estranhar o quão leve me sentia no meio daquelas pessoas que, de colegas, se transformaram em amigos. Eu podia estar nos meus piores dias, envolta numa energia de insegurança que, sem julgamento algum, eles me abraçavam, partilhavam as suas amarras e, juntos, lamentávamos.

De seguida, partíamo-nos a rir dos nossos problemas, literalmente sambando na cara deles.

Até então, nunca tinha trabalhado num ambiente assim. Daí, ter estranhado o saudável. Porque não poderia ser possível que fosse assim tão fácil e leve fazer amigos que, pelo andar da carruagem, serão para a vida…. Na escola, já tinha vivido isto, especificamente, no secundário. Por isso é que ainda mantenho as amizades, pois, são pessoas com quem consigo ser eu sem pensar muito.

Fazia tempo que me encontrava longe de mim, dos meus valores, do que quero, enfim, levar para a vida toda. Mesmo que nada neste momento seja o resultado final, é com gratidão que encaro as experiências que vivi naquele trabalho e as amizades que trago. Foi uma fase que se seguiu a outra muito atribulada, em que julguei jamais conseguir recuperar em alguns aspetos, só que consegui.

Muito, de igual modo, por ter tido estas e tantas outras pessoas paralelas ao trabalho ao meu lado. Pelo podcast, falo um pouco mais da minha visão de estranhar o saudável. Seja em relações, nos momentos comigo mesma, em ambientes laborais ou escolares. Com certeza, haverá um ponto com o qual te identificarás!

Entretanto, conta-me: já alguma vez estranhaste quando algo de muito bom te aconteceu? 🩷

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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