sobre o EP59 – livros de biblioteca
Quantos de nós, leitores, não o somos por causa dos livros de biblioteca? Eu, pelo menos, lembro-me de ter começado assim, ao ponto de almejar construir a minha. Aos poucos, num sentido de consideração pelas histórias que me abraçaram em igual medida, vou colecionando livros para que os possa recordar no futuro.
Tudo começou pelo fascínio que sentia em relação aos livros de um dos meus tios.
Embora fosse extremamente rigoroso com as suas coisas, podia olhar de longe e, na sua ausência, passar os dedos pelas lombadas. Até ao momento, recordo-me das cores de uma coletânea acerca da qual nunca soube o nome. Cinzento. Mas tenho-a comigo, ainda assim.
Além do mais, não creio que há de me esquecer da satisfação que era ler “O diário de um banana”, identificando -me com muitas das crises existenciais do Greg. As paredes das bibliotecas que visitei protegeram-me de ataques de colegas maus, concederam-me ideias e foram espaços de muita calma para sessões de estudo.
Sempre que posso, tento reproduzir isso no meu dia-a-dia, apesar da dificuldade de ultimamente em cativar um estado meditativo.
Aliás, é nesse limbo entre o tangível e o emocional que penso em conteúdos, como é o caso do episódio mais recente. Fiz uma ode aos livros de biblioteca que fizeram de mim a leitora que sou. Tenho a agradecer às escovagens de dentes que, analogamente aos duches, são um terreno fértil de ideias.