Tirei férias e não sei bem do quê. Talvez as tenha tirado de mim e da minha mente atribulada, também, para cuidar de mim. Demasiado paradoxal? Não desminto. Estou, como sempre partilho e como a mim já não me é surpresa estar, serena. Otimista. Incerta, mas ainda assim. Incerta pelo tempo que terei de despender ainda mais nos meus desejos pendentes.
Quero imensa coisa e dou por mim, por vezes, sem querer nada de mais, para além das bases de uma gratidão diariamente praticada. Haverá síndrome do impostor romântico? Daqueles que se planta com o tempo, os adubos que personificam as experiências menos boas e que pincelam de traumas as ações às quais ansiamos colorir, porém, o receio a se palpitar nos espasmos entre o que fazer o que não aplicar… Creio sofrer disso.
E muito pelo medo de me tornar a expor ao ridículo.
Mesmo que isso integre a fórmula do aprendizado.
Não sei se quero, sobretudo por não ter – ou fingir não ter! – alguém que me parta novamente o coração. Desta vez, acontecendo, agradecia que fosse com estilo, mantendo íntegras as pétalas da ingenuidade e que ainda sobrevive, sabendo-se lá como. Doravante, acreditando muito nessa coisa da lei da atração, lançar um registo destes a público é como que renovar um contrato com esta espiral de acontecimentos pouco estimulantes e que já cansam. Quero, portanto, despedir-me desse pity side of me e conquistar quantos corações puder.
Não digo nada com nada.
Só queria, na verdade, estrear um caderninho que aqui pende aos meses e que sussurrava por mim, enquanto lavava a loiça. A inspiração espreita nas ocasiões mais caricatas. O que seria de mim se não comportasse nuances de todas as características possíveis e já nomeadas, sendo o gosto pelo padrão organizacional e repetitivo uma delas, e que já me salvou muitas das ideias que ainda ressoam, mais não seja pelo início concepcional.
O resto é conforme a maré e a ousadia em dominar o mastro da imaginação. Ando cheia de metáforas, eu. Tal como ando a abarrotar de palavras por expulsar e férias por colocar de lado. Tudo tem o seu tempo e este é o meu de regressar e celebrar. Celebrar o que já passou e o que aí vem. De dimensões pequenas ou grandes, tudo é válido de se abraçar, desde que positivo! ♥