O dia em que fomos em busca da Torre Eiffel, foi o dia em que mais andei a pé. 8,2KM contam a história de sofrimento de cada um dos pés que partiram para esta aventura, não obstante a existência de certas situações menos boas, naquele dia. Dramas à parte, e apenas de um ponto de vista do passadiço que envolve e protege o rio Sena, lá fomos nós caminhando ao encontro daquele que é um dos maiores símbolos da cidade de Paris.
Projetada por Gustave Eiffel em 1887 e inaugurada em 1889, a torre com o seu nome é também um símbolo perfeito daquela que foi a revolução industrial do século XIX. Com o surgimento do ferro, também as ideias se foram desenvolvendo, dando espaço a novas técnicas de especialidade e de construção. Este monumento é um exemplo perfeito disso. Para além de desafiar diversas leis da física – nada que já não tenhamos visto com a construção das pirâmides do Egipto, as cúpulas no Renascimento, etc. -, ele foi capaz de ter sido uma das primeiras patentes para os arranha-céus, para não falar também do impacto visual que ele provoca ao vivo!
Os historiadores bem que assinalam que experimentar a arquitetura exige muito mais do que registos que se podem partilhar: presencialmente e de mente aberta, descobrir os edifícios, os monumentos, os espaços verdes, desconstrói enigmas na nossa mente que outrora passavam por indecifráveis. Na presença de objetos como a Torre Eiffel, nós sofremos mudanças e só nos apercebemos disso dias mais tarde. Falo porque ainda hoje me custa a acreditar que estive frente a frente com esta obra e que quase me fez lacrimejar. Em conjunto com a Catedral de Notre Dame, eu tive a confirmação: era tudo mais do que real!
A ladeá-la, há um enorme jardim que não explorámos, no entanto, é possível apreciá-lo no extremo oposto, no alto do Teatro Nacional de Chaillot.. Durante a noite, a torre se ilumina e nos presenteia com um jogo de luzes cativante, apaixonante e, acima de tudo, hipnotizante. Chega a um ponto em que, após registar tudo por todos os ângulos com o apoio da câmara fotográfica, somos obrigados a parar, a respirar fundo e a observar com bons olhos a conversa a que fomos convidados a participar.
Por muito que escreva e por muito poética que possa soar, nada substitui o poder de lá estar, com os pés bem assentes naquele solo. Naquele dia, caminhámos o equivalente a metade da Ponte Vasco da Gama, mas o meu corpo mal sentiu o cansaço. Mais facilmente vos descreveria a quantidade de suor que me acompanhou naquela jornada, do que propriamente o ardor que se me palpitava nos pés. Dizem que Paris é a cidade dos apaixonados. Agora, percebo o porquê.
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