Faz hoje uma semana que estou a recuperar de um choque de que fui vítima. Para aqueles com quem conversei, sim, ainda estou a ultrapassar o sucedido… Daí não me ter pronunciado mais cedo. Poderia perfeitamente enveredar por inúmeros caminhos para justificar a minha ausência, mas a única verdade que vos posso contar é que estive de férias e achei por bem incluir o blogue no amontoado de coisas por repousar. Normalmente, opta-se pelo oposto, na medida em que aproveitamos todo o tempo livre para investirmos nas coisas de que gostamos, mas eu também gosto de tantas outras coisas, motivo pelo qual me dediquei, também, a elas.
Faço sempre por evitar meter-me na situação em que me meti, porém, e de forma incontrolável, lá estou eu novamente a baixar a guarda para novas emoções, certa de que a qualquer momento, sofrerei grandes golpes por parte do universo. Escondi-me de quase tudo e de quase todos, optei por fechar ainda mais o coração, contudo, regressar às rotinas da faculdade, por muito pouco tempo que tenha passado, está-me a ajudar a focar-me nos meus objetivos, sejam eles de carácter académico ou pessoal. Prometi que jamais me atravancaria desta maneira, entretanto, acaba sempre por ser inevitável! Para o bem e para o mal, reconheço de que nem sempre tem de ser assim, o que me obriga a recorrer a outros métodos de superação, tais como um tempo para os cafés; o repouso no parapeito da janela, observando o pôr-do-sol; uma fuga nas leituras, e tanto mais…
Por muito que me sinta abalada, eu não me posso conter do mundo, impedindo-o de me mostrar as suas cores, as suas formas, as suas manifestações mais simples. Por muita vontade que eu tenha de desistir e de me encolher na cama, eu simplesmente não o posso fazer. Valho muito mais do que mais uma desilusão, recebo tanto apreço quanto me é permitido. Há quem diga que se trate de um mau dia e não de uma má vida, e eu tenho de lhes dar razão. Ser obrigada a crescer e, por outro lado, desenvolver-me naturalmente, tornou-se caminho andado para me aperceber de que existem coisas mais importantes nesta vida e que não recear os obstáculos, pelo menos não tanto quanto eles pretendem, é de uma grandeza estonteante, que nem dá para explicar devidamente.
Ultimamente, tem sido dessa substância que eu me tenho alimentado: se for necessário suspender atividades em prol da minha saúde, o mundo não há de fugir; se eu voltar a sentir uma nova vaga de inspiração, é nela que tenho de me apoiar para criar o máximo possível. O importante é nunca ruir por completo. Os escombros, passado um tempo, podem aparentar a beleza de uma flor numa manhã de primavera, contudo, quando tudo desaba, nada é tão triste quanto a película de dor que nos circunscreve o coração. Portanto, há muito mais a fazer e a pensar. O tempo já deu tudo o que tinha a dar, já me permitiu sarar na grande maioria, e por ora já só quero outras coisas… Outras emoções. E, quem sabe, aprender ainda mais.
Só espero que essa ferida cure, seja ela qual for. Todas as feridas têm tempos de cicatrização. Assim terás o teu. E um dia a ferida será só cicatriz e vais poder sorrir , pensando nela como algo enterrado no passado. Simpatizo muito contigo minha querida Lyne e consigo perceber que és uma pessoa com força, alegria e que encaras tudo com essas duas características. Se ainda alguém não te disse isto, considera-me a pessoa capaz de o fazer: Vai ficar tudo bem, ainda que não o vejas agora. Está prometido. ?
Inês, nem sei o que dizer… Sinceramente… Só te consigo agradecer pelas belas palavras que empregaste nesse comentário! Acredita que me ajudaram imenso!! ♥
Não podes, nem deves conter o mundo, doce Lyne. Tens em ti uma força inacabável e vai correr tudo bem, quantas vezes te digo isso. acredita em mim. E fala comigo nestes momentos de aperto, em todos, mas, principalmente, nestes!!!Deixa-me só dizer-te que quem te lê aprende muito contigo e é sempre uma experiência lindíssima.