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AMIZADE \ SE NÃO TE DÁS COM OS MESMOS, PODERÁ SER UM BOM PRESSÁGIO

13 de Janeiro, 2019
Tenho-me tornado cada vez menos impressionável, no que toca a amizades. Ter passado por poucas e boas, só me tem convencido de uma coisa: alimentar esperanças no que toca a uma amizade é um perigo, porque depositamos tanto da nossa energia na ideia de que aquilo será eterno, que perdemos completamente o controlo das ações que, de facto, levariam a isso. Não me tomem por insensível: se há pessoa que dava a sua alma para conservar amizades, qual horcrux da vida real, essa pessoa era eu. Não obstante as desilusões, lá ia eu determinada, regar um pouco mais o ambiente desequilibrado onde me incluía, só porque sim. 
O tempo foi-se diluindo e, substituindo a água, mostrou-se-me a razão e, aí, percebi que nem sempre é negativo a nossa vida dar uma volta de 270º e isso acarretar o facto de já não nos darmos com as pessoas que, outrora, nos fascinavam por qualquer que seja o motivo e que protagonizavam o nosso mais belo cenário do conceito que seria o nosso futuro. Aliás, nunca é tarde para habituarmos a nossa cabeça com essa ideia… E, de igual modo, não custa nada deixarmos de ser ingénu@s, ao ponto de nos recusarmos a alargar um pouco as palas que nos toldam a visão para o pior que há naqueles que nos rodeiam. Se isso, eventualmente, não nos acabaria por afastar? Acredito que não. 
Quantas e quantas vezes, eu não me deixei aproximar de alguém, exatamente por ser um humano, sem pudor de o ser? Faz-me imensa comichão observar quem passe a vida a contemplar a face mais aterradora da sua existência, quem pega nisso, emoldura e por ali jaz, sem mexer o rabo para ir em busca da sua melhor versão. Irrita-me, para dizer a verdade, embora nunca o tenha admitido tantas vezes quanto gostaria. Tira-me do sério, porque eu já fui assim e reconheço que a única dificuldade era a minha incapacidade de fitar a solução e nada fazer, somente me vitimar… À primeira, tudo bem: é quase que um dever civil tentarmos auxiliar os nossos, mas a partir das segundas ou terceiras vezes, torna-se insuportável ter de conviver com exemplos destes. 
Por muito que não queiramos confessar, é de uma toxidade imensa e nós somos apenas um para sete mil milhões. Se nos predispomos para transportar os problemas de tantos, quem é que arcará com os nossos? Daí não ser, de todo, um infortúnio sempre que há um distanciamento entre amig@s. Digamos, até, que se assemelha a umas férias da rotina. Somos todos corpos que produzem, transmitem e recolhem energias, dado que, quando sobrecarregados, torna-se impensável nos disponibilizarmos tanto, pois, cansamo-nos e sabe-se lá que consequências mais é que isso não poderá pescar ao de cima. Manter relações de três ou dez anos tem o que se lhe diga. Há, geralmente, um vestígio de conflitos, uma sombra de concordâncias, um fantasma de debates, mas, acima de tudo, um amor que deve prevalecer
Quando, na eventualidade, esse sentimento se torna duvidoso, uma presença sobre o qual lançamos olhares oblíquos e que transfigura o nosso semblante, prontamente devemos pausar, questionar e medir os pesos. Não há sensação tão mortífera quanto a de deixar assuntos pendentes, logo, este é daqueles exercícios diários que integram aquela a que chamamos de vida. E, se por acaso, concluíres de que já perdestes muitos amigos para tantos mais, é porque concordamos, até certo ponto. Caso contrário, e em ti palpite uma ou duas dúvidas, fica sabendo que se já não te dás com os mesmos, talvez te tenhas safado de muitas e, infelizmente, só o confirmaríamos se o tempo voltasse atrás.
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    Andreia Morais
    13 de Janeiro, 2019 at 20:34

    Durante a minha infância/adolescência, acreditava e defendia que as amizades eram para sempre. Se, por um algum motivo, as pessoas se distanciassem, era sinal de que aquilo que as unia não era assim tão sólido. Mas à medida que fui crescendo, e que fui cimentando a minha maturidade, compreendi que isso não é tão linear assim. Há ligações que fazem todo o sentido numa determinada etapa na nossa vida, mas depois os caminhos separam-se. E isso não significa que os sentimentos não eram genuínos, significa, sim, que tudo tem o seu tempo.
    Há pessoas que permanecem ao nosso lado. Há outras que estavam só de passagem. Faz parte

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