Não me recordo exatamente das palavras que me disseram. Para dizer a verdade, nunca me recordo por inteiro do conteúdo, somente daquilo que me fez sentir, no momento. Tenho, por assim dizer, um cérebro que fragmenta muita da informação que retém, talvez por funcionar de maneira acelerada. Embora não me lembre ao certo da frase, sei que um dos melhores conselhos que recebi, ainda este ano, foi para sair mais da minha rotina, sair de casa e não ter medo. Não ter medo de agir, não ter medo de me exprimir, não ter medo das repercussões, deixar simplesmente fluir.
Um outro, bastante pertinente, é o de aprender a controlar esta minha característica de pensar de mais e que, por muito benéfico em ocasião de debates, é também uma faca de dois gumes, quando se tratam de assuntos do coração. Não é, na realidade, o facto de ser frontal que assusta os demais, sou eu, na verdade, que me impeço de viver e experimentar cada pedaço do meu ser. Sei apurar ter sido no dia 7 de Março, quando esta espiral de natureza improvável se instalou no meu quotidiano. Ter-me proposto a seguir estes conselhos, mesmo no emaranhado de tarefas estudantis, trouxe ao de cima uma sensação que julguei impossível e que se transformou em algo aceitável, em todas as suas formas positivas.
Mesmo não sendo movida pela ansiedade que, por algum acaso, tem vivido estável em mim, não há dia em que não acorde entusiasmada com a possibilidade de se vir a dar algo improvável. Não é uma sensação que vou alimentando conforme a passagem do tempo; para ser sincera, ela se perde assim que me sento para tomar o pequeno-almoço e só retorna quando me coloco a cogitar acerca do meu dia, porém, tem sido bom. Gratificante. Fantástico. Emoções que, por muito que tente explicar, não cabe em mim a capacidade de o fazer.
Não somos obrigados a seguir, à risca, os conselhos que nos dão, no entanto, é importante ter presente o quão sortudos somos, por existir quem se preocupe connosco, ao ponto de dedicarem momentos do seu dia, de modo a nos oferecem parte do seu pensamento, das suas ideologias, das suas métricas de viver. Para além de me inspirar, pessoalmente, a fazer o mesmo pelos demais, é uma prova de amor e respeito. Tudo começou com um simples tropeço no acaso e assim tem sido, desde então. Não me recordo exatamente de alguma vez mo ter acontecido, mas acredito que este seja apenas o início de uma grande aventura!
Qual foi o melhor conselho que já receberam? ♥