Não há como negar o facto de, nos tempos de hoje, qualquer informação que nos possa ser útil seja bem-vinda. Uma das vantagens – ou desvantagens, dependendo do ponto de vista – de ter um tema a marinar é observar a passagem do tempo em relação a ele… Quando considerei trabalhar nestas dicas, toda eu era uma manifestação de otimismo, crente de que quanto mais otimizada as informações, mais acessíveis… Mas a verdade é que a minha postura se modificou um pouco e a primeira coisa que eu tenho a enumerar é a de não darmos tanto o benefício da dúvida ao uso da internet.
Vejamos: por muito que esta ferramenta nos tenha vindo a ajudar em certos aspetos, na contrabalança, nos saúda uma versão aporcalhada da coisa… Por muito que alguns de nós afirmem não estar viciados na internet, quantos, na verdade, é que têm a noção do que é não estar viciado? Contra mim falo, afinal, ultimamente tenho tentado largar o telemóvel e me focar ainda mais na vida cá fora – tem gerado os seus resultados, não posso ser tão pessimista assim -, no entanto, admito que não me tenho vindo a esforçar o suficiente. Talvez agora, que estarei ocupada durante o verão, se me pareça mais fácil desgrudar deste vício.
Apesar de ter em mim um excesso de pontos de desagrado em relação à internet, não posso ser tão hipócrita ao ponto de negar alguns dos seus benefícios e, consequentemente, de que maneira é que os poderei tornar mais nítidos. Comecemos por prestar atenção ao facto do quão facilitador é termos acesso a aplicações que sincronizam entre si, pelos diversos dispositivos. Ofertas como o Google Drive, o Evernote, o WPS, são a prova de que, cada vez menos, precisaremos de andar carregados e preocupados com a quantidade de hardwares e papéis atrás. Numa fração de segundos e, obviamente, com acesso ao Wi-Fi, temos todas as nossas últimas tarefas agrupadas num só lugar e que, com toda a certeza, nos salvará o couro em momentos de aperto.
Se tivermos o foco bem direcionado, no momento de surfarmos neste mundo imenso, teremos em conta de que existe a possibilidade de explorarmos diversos assuntos e nada como utilizar o Youtube para nos darmos a conhecer à literatura, aos factos históricos e aos de saúde. Embora seja doutorada em me distrair no aglomerado de pesquisas às quais me dedico, a verdade é que nunca fico de mãos a abanar: já perdi a conta das vezes em que tomei conhecimento de factos que nunca me passaram pela cabeça, e é nesses momentos em que organizo uma ode à internet, de tão preenchida que ela é! Quanto aos negócios, porque não aproveitar para colocar um à prova?
É-nos cada vez mais fácil de partilhar o nosso trabalho e fazer disso o nosso sustento, o segredo reside na persistência, no estudo e na vontade. Saber que é possível para alguns tem-me ajudado a manter o otimismo quanto aos meus planos, dado que eles são imensos e eu reconheço que a internet me ajudará imenso nesse aspeto. Isto soará a uma contradição, mas quanto a mim, a internet também me ajuda a trabalhar em mim mesma. Ao mesmo tempo em que nos afasta, ela também nos aproxima das pessoas – qual paradoxo -, e, querendo ou não, o facto é que nos é cada mais fácil de acessarmos ao auto-cuidado, quando bem procurado.
Devo à internet os meus momentos de meditação, a minha clarificação mental em relação àquilo que quero fazer da vida, ao contacto que estabeleço com outros seres humanos e que me permitem ficar em paz comigo mesma… Sei que esta publicação não será novidade para ninguém, mas tenho feito por despejar todas as palavras que ousarem me assombrar e, a meu favor, ser capaz de construir textos que, de alguma forma, tenham sentido. Há textos que nada mais são do que desabafos, outros que impactarão a vida dos demais…
… Trata-se de uma montanha russa que, por vezes, tem vida própria e a maneira mais fácil de lidar com isso é atirando as mãos ao ar e aproveitar a viagem. O mesmo se sucede com a utilização da internet. Enquanto a pudermos dosear na nossa vida, menor a tendência de nos sentirmos a sufocar. Tal como nas montanhas russas, a solução é gritar e libertar a adrenalina que se acumula em nós e aguardar que a viagem cesse. No final, temos a opção de sair do banco a correr, ou repetir a aventura. A resposta estará somente em nós e na vontade que teremos de ultrapassar os nossos limites.
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