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Não sabia para onde é que este livro me ia levar. Mas também não esperava surpreender-me tanto. The midnight library rondou todas as plataformas, numa ovação que agora compreendo, afinal, também eu tenho coisas boas para partilhar convosco.
Nora Seeds foi acumulando motivos para deixar de viver. E, no dia em que decide acabar com a própria vida, vê-se num limbo em forma de biblioteca, onde tem a oportunidade de experimentar todas as vidas das quais se arrepende nunca ter vivido. Toda a narrativa acompanha-a nestas aventuras que, a cada capítulo, me fizeram questionar vezes sem conta se mudaria algo na minha vida.
Vivi muito atormentada por arrependimentos
Ora por causa de experiências que deixei pendentes, ora por sonhos que (ainda) não cumpri. Basta que durante muito tempo, senti-me acorrentada à ideia de ser tarde de mais para algo e, quando não pensava assim, julgava ter tomado a pior decisão de todas as disponíveis. Só que depois descobri a espiritualidade. Fiz terapia. Fiz alguns lutos. Descobri o verdadeiro carácter de algumas pessoas – o meu incluído -.
Tropecei em assuntos que me obrigaram a despertar e relativizar a vida que tenho e as que cobicei por iniciativa dos arrependimentos. Quando comecei a aceitar que o meu percurso de vida tem o seu porquê, não só comecei a sentir compaixão pela Carol do passado e as decisões que tomou, como também uma coragem para dar continuidade às minhas loucuras. As que nunca vivi e as que fazem sentido ser vividas.
Por isso é que me senti abraçada por esta história.
Embora nunca tenha desejado morrer, já vivi fases más das quais não sabia como sair…. E, perante um ganho de consciência paralelo à da Nora, quando descobre que talvez as outras vidas não sejam aquilo que esperava, senti-me cada vez mais grata pelas direções opostas que a minha vida tomou, desde que decidi fazer um percurso diferente do que tinha planeado há anos.
Questionei-me se, no fundo, não somos todos Nora Seeds ao longo das nossas vidas, a cada mudança de fase, a cada fim de ciclo, sempre que tentamos melhorar as nossas condições atuais. Não quis, de forma alguma, que o livro terminasse. Ainda assim, também não faria sentido que tivesse uma continuação, pois a escolha na biblioteca foi a mais acertada.
Apesar de tudo, queria que as páginas tivessem sido mais longas para que, nessa extensão, conseguisse abraçar a Nora de alguma forma e agradecê-la. Por ter aprendido que nem sempre a relva do vizinho é mais verde. Que ela tem um valor que só lhe basta explorar. Por se ter permitido. Por ter escolhido viver.
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