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Nota Solta #9 | Últimas vezes sem saber

26 de Maio, 2023

Tentei, sem muito sucesso, desenvolver determinados textos ao longo da semana. Acontece, no entanto, que o meu computador fez birra, desmotivando-me por completo. A um dia de terminar a minha jornada no trabalho antigo, escrevi a nota solta #9 da minha newsletter… Desde cedo daquele dia que fui magicando no que queria dizer, então, assim que me sentei, não obstante a resistência por parte do notion, deixei que os meus dedos dançassem pelo teclado.

O resultado foi de um texto carregado de emoções, muitas delas incompreensíveis para os que não estiverem a par do contexto.

Contudo, acredito que qualquer um se identificará com o tema exposto. Assim, e porque um material destes merece ser partilhado inúmeras vezes, deixo aqui o conteúdo da nota solta #9. Convido-vos, também, a subscrever a newsletter para terem acesso a textos como este que se segue! Pront@s?

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Saudações, girassol 🌻
Espero que te encontres bem desde a última nota solta!

Nunca saberemos ao certo. Quando será a última vez que receberemos uma mensagem. Quando será a última vez daquele abraço. Quando será a última vez que colocaremos a vista em cima de alguém. Esta é uma das grandes incógnitas da vida, se fizemos tudo o que estava ao nosso alcance como demonstração de afeto. Nunca saberemos ao certo.

Se dissemos tudo o que queríamos ter dito.
Se beijámos tanto quanto gostaríamos de ter beijado.
Se descansámos o suficiente da nossa cabeça no ombro de quem mais amamos.

Esta semana foi de despedida.

De um ciclo que prometi que quebraria no inicio do mês. Prometi que sairia dele por variadas razões, uma delas por já estar cansada. E me sentir desgastada. Tenho investido muito da minha energia numa área de trabalho que, para início de conversa, nem sei dizer quando é que passou a fazer sentido, roubando de mim um senso de vontade para com outras.

Mesmo que consiga conciliar o trabalho com a vida pessoal, dedicando-me aos meus projetos, chego ao final do dia com a leve sensação de que poderia ter feito mais. De que poderia ter feito melhor. Não só por mim como pelo meu bem-estar, o meu sono, a minha saúde mental e criativa. Sinto, cada vez mais, uma urgência de correr pelo que faz sentido para mim, sem medir determinadas consequências. Mesmo que isso implique não saber se um momento tiver sido o último na companhia de alguém.

Tenho-me cruzado com histórias diversas, de uma profundidade que, em algumas esferas, jamais compreenderei. Ora por não as ter vivido, ora por ter vivido de forma diferente. Porém, consegui discernir que profundidades quero para mim. Mesmo que isso implique deixar para trás um ambiente de relações que me sustentou, não obstante o quão drenada comecei a ficar.

Questiono-me, então, o que é que drena realmente:
  • estar num determinado lugar;
  • ou não querer estar, de todo, nesse mesmo lugar?

Será, então, uma junção dos dois aspetos?

Apesar de tudo, sinto-me grata por esta jornada na qual aprendi a ser mais resistente, a priorizar o que me inspira a viver, a fazer as pazes com as minhas finanças, a honrar o meu tempo. Estou longe de saber o que é descansar, mas não coloco as culpas no trabalho, eu é que nunca o soube fazer. Um amigo, inclusive, comentou comigo que temos de descansar com a mesma intensidade com que trabalhamos. Espero que ele o saiba aplicar, pois, embora tenha encaixado comigo, é algo que ainda não sei fazer.

Descansar…
Espero, porém, que isso mude daqui adiante. Não é bem a mudança que o fará por mim, terei de ser eu a aprender a gerir melhor o meu tempo. As minhas emoções. As saudades e a incerteza de ter sido, ou não, a minha última vez com determinadas pessoas. Espero que não.

Esta semana foi de despedidas e, embora não me pesem tanto quanto outras pesaram, foi uma que quis que acontecesse. Estive, o tempo todo, consciente do que queria fazer. Se calhar por isso, é que não está a doer tanto. Porque me despedi certa de estar a caminho de algo melhor que me permita viver em maior comunhão com as ideias que me têm embalado no sono de tão entusiasmantes. De tamanha pacificidade.

Sinto-me pacífica por me permitir, pela primeira vez, viver essas ideias, ainda que em pequenas passadas.

Para quem se diz intensa, não as quero bagunçar por causa da ansiedade de almejar tudo para ontem. Daí grande parte delas, no passado, não ter saído, sequer, da cabeça. Agora, tem sido diferente. E devo-o à despedida que se seguiu a uns belos meses de compreensão de que nunca é tarde para recomeçarmos.

Nunca saberemos, ao certo, se uma determinada experiência terá sido a melhor ou a pior de todas.
Só precisamos de garantir que tenha sido a mais adequada para aquele momento.

Até breve,
Carolayne 🌺

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