Livros sobre amor

Hoje, tão longe e perto do tema, trago livros sobre amor que adoro e que, como tal, merecem uma menção honrosa. Começou por ser um reels, convertendo-se numa transcrição. No mundo da criação, temos de aprender a surfar nas infinitas possibilidades de ideias e reutilização das mesmas. E, ultimamente, tenho-me aberto cada vez mais para isso. Outrora, era uma prática que achava estranha, a de me repetir constantemente sobre os mesmos assuntos….

Contudo, neste mar profundo de afazares, algoritmos, despistes, não há mal algum em relembrar os que já sabem de algo, reforçando os demais que ainda estão por saber. Não é isto belo? Muitos dos livros já foram falados no blogue, daí não me alongar muito neles, enquanto que outros terão mais tempo de antena pela ausência nos arquivos cá da casa. Vamos a isso?

▬ Call Me By Your Name

Este foi daqueles casos em que vi a adaptação primeiro. E ela está tão bem feita, que me convenceu a ler o livro. Penso que foi o primeiro romance gay que li, e apaixonei-me tanto quanto por outros que já tenha explorado. As gravações de Itália estiveram sempre muito claras ao longo da leitura, intensificando a minha vontade de a visitar.

Lembro-me perfeitamente de como foram as últimas páginas: tinha uma café marcado que não se sucedeu. Ainda assim, permaneci na esplanada, dividida entre chorar em público ou em casa. A última opção pesou mais e ainda bem que assim o foi, porque o final do Call Me By Your Name é ainda mais profundo do que no filme. Podes ler mais sobre as minhas impressões aqui.

▬ O curso do amor

Esta bíblia foi a minha grande companhia no verão de 2021. Mal sabia que me abriria os olhos para tantos aspetos do amor, sobretudo sob o ponto de vista mais filosófico e científico. Alain De Bottom é extremamente sensível com as palavras, o que lhe permitiu criar uma das histórias mais coincidentes com a vida real. Aqui não há floreados, nem tão pouco hostilidade.

Há um ritmo na dinâmica da relação apresentada, as personagens contam com um histórico que sustenta as suas ações… A maior aprendizagem que retirei daqui foi a de que o amor é uma construção que demanda entrega, comunicação, tempo. Acima de tudo, que não há mal algum em ter altos e baixos, pois não passa de um reflexo do que habita em nós. Podes ler mais sobre as minhas impressões aqui.

▬ Diálogos Que Nunca Tive

Seria problemático mencionar tantos livros de amor sem trazer o meu. Sinto uma compaixão enorme pela pessoa que fui e que desenvolveu este trabalho. Apesar de aglomerar pensamentos que conviveram comigo por quase três anos, transformou-se, igualmente, numa enciclopédia que consulto, espontaneamente, ajudando-me a perceber a qualidade das relações presentes.

De todas as vezes em que mergulho no que escrevi, fico não só admirada com o quão palpável são os textos, como com o facto de ter concebido um projeto atemporal. Fi-lo a pensar nos corações que pudessem estar, tal como o meu, partidos, magoados, em recuperação…longe de imaginar que também eu me sentiria confortável nos meus próprios braços. Podes ler mais sobre as minhas impressões aqui.

▬ The seven husbands of Evelyn Hugo

Não só foi o melhor livro de 2022, como uma bela introdução aos universos de Taylor Jenkins Reid. Amei a história da Evelyn Hugo e muitas foram as vezes em que tive de me relembrar que não passa de uma personagem fictícia. Sem dúvida que a autora se deve ter inspirado em muitas personalidades de Hollywood, pois a veracidade de toda a trama, junto de alguma identificação dentro do parâmetro humano, não deixa escapar a essência da pesquisa por detrás. Penso que ler a minha opinião completa será o mais adequado!

▬ Ghosts

Não cheguei a escrever sobre ele pelo blogue, apenas deixei uma nota pelo goodreads. Comecei Ghosts por recomendação do Jota, exatamente pelo percurso da minha vida romântica ser tão semelhante à da personagem principal. Não obstante me ter identificado com algumas passagens, senti que ela ficou muito aquém do seu potencial.

Conectei-me com a história, mas não com a personagem. Achei-a muito na defensiva, encarei a sua segurança como uma fragilidade que nem mesmo ela compreendia. No fundo, repeli-a… Talvez, até, a minha leitura tenha sido essa porque eu me sentia assim e não o sabia. Pode ser que relendo-o, a minha interpretação seja completamente diferente.

▬ They both die at the end

Quando descobri o meu apreço por romances LGBTQ+, não parei de os consumir. Acho muito fofo ver o amor representado em todas as esferas. Há qualquer coisa de diferente no modo como os casais LGBTQ+ vivem as suas paixões. Sei que são reflexos da opressão que ainda existe, mas parece-me que quando se conectam, mergulham sem receios. Não perdem tempo, como que a compensar pelo que não viveram ou medo que não o possam fazer futuramente.

Do que observo entre os meus amigos, sinto os seus romances como elementos descomplicados, divertidos, com mais entrega do que dentro do universo heterossexual. Visto que não passa de uma impressão, não podendo de maneira alguma representar a realidade, quero reforçar que esta é apenas a minha visão, ingénua, otimista do assunto.

Todo este palrar para mencionar o primeiro livro que li de Adam Silvera. Foi uma exploração com um ritmo misto, ora rápido, ora tímido, pois além de amor, traz para cima da mesa a morte… E há melhor razão para nos abrirmos sem reservas para o amor? Podes ler mais sobre as minhas impressões aqui.

▬ Eleanor&Park

Faz algum tempo que li Eleanor&Park. No entanto, é daqueles pedaços de fofura dos quais me recordo sempre. Seja em fases boas como más. Embora aborde temas sensíveis, característico de qualquer livro YA ou vida quotidiana, a sua essência adequa-se a todos os que procuram um momento de leveza fugaz, só que marcante. Fugaz por se poder consumir rapidamente num fim-de-semana mais descontraído, em que o relógio desacelera a nosso favor. Podes ler mais sobre as minhas impressões aqui.

▬ Before the coffee gets cold

Mesmo que ainda não tenha terminado esta saga, não será cedo demais introduzi-la às vossas vidas. Antes que o café arrefeça foi uma rica surpresa por variadas razões, sendo que duas se destacam:

• chamou-me muito à atenção da primeira vez em que o vi na livraria;
• é narrado com uma simplicidade que se assemelha a um abraço, muito característico da filosofia de vida japonesa.

A beleza está nos detalhes e, aqui, somos confrontados com isso. Podes ler as minhas impressões sobre o primeiro e segundo livros aqui.

▬ A gente mira no amor e acerta na solidão

Tenho a agradecer à Sofia pela sugestão deste livro. Para o contexto da altura, encaixou que nem uma luva, amenizando as ansiedades que sentia quanto a uma situação específica e da qual, sinceramente, já não me recordo. Sei que foi deveras importante deparar-me com um conjunto de ensaios fundamentados na psicologia, desmistificando o que sentia de maneira simples. Traz-me alguma tranquilidade saber que o que sinto, por muito confuso no momento, tem o potencial de ser simplificado, compreendido e melhorado. Este livro é super pequeno, surpreendente e deveria constar na estante de qualquer um que goste de explorar o amor.

Entretanto, conta-me: que livros sobre amor aconselhas? ♥