B'DAY MEDITAÇÕES PESSOAL

22 EM 2020: REFLEXÕES ASCENDENTES EM CAPICUA

11 de Junho, 2020

Não sou muito de ficar na ronha, assim que acordo. Gosto que o ato de despertar me incentive a começar o dia, buscando energia em atividades que me permitam movimentar o corpo com calma e, também, alguma intensidade. Outra razão para responder a tamanha disciplina é a consciência de que, ficando deitada, poderei arruinar o dia. Mas isso, já tu sabes, porque escrevi sobre tal, há algum tempo. Contrariamente aos outros dias, hoje decidi ficar na cama, apesar de ter acordado naturalmente perto das dez. Considero esse horário já bastante tardio, mas o meu foco não é conversar sobre isso.

Ontem, fiz anos. 22.

Foi um aniversário diferente dos demais, por motivos que fogem ao foro do corona. Receei, sim, que a pandemia me impossibilitasse de compartilhar o meu dia com algumas pessoas, mas felizmente, e dentro das recomendações da DGS, consegui estar reunida com familiares na parte do almoço, e amigos no período do lanche. Ao longo do convívio, ofereci-nos um puzzle com o qual nos entretermos, e confesso que comecei a ficar um tanto frustrada por serem demasiadas peças, então deixei essa tarefa para eles, que se mostravam mais entretidos.

Foi nessa transição, inclusive, que uma tranquilidade se apoderou de mim, substituindo o que quer que eu estivesse a sentir no momento. Não te sei dizer ao certo o que era, talvez a típica ansiedade de quem faz anos, mas receia não ter tudo do agrado de todos; ou o genuíno entusiasmo de uma criança que faz anos e almeja realizar ene atividades com os amigos… Mas a brisa que adentrava pela janela, o sol que nos aquecia as mãos, os chás que nos humedeciam a garganta… Este conjunto de fatores reforçou a gratidão que sinto e pela qual agradeço diariamente.

Gratidão por estar viva e tudo o resto que está conectado a mim.

Esses fatores relembraram-me, uma vez mais, do quão sortuda sou por ter as pessoas que tenho e por estar onde estou… Queria ter organizado umas quantas publicações para o blogue, vinculadas ao meu aniversário, porventura, seria imprudente levar a cabo um gesto com o qual já não me identifico. Gosto de ver, mas jamais faria sentido forçar reflexões que, inevitavelmente, andam a ser tecidas desde o momento em que decidi reestruturar a ideia que nutria pelo mundo, os meus planos e os meus sonhos.

Decidi, então, deixar para hoje, escrevinhar o que assentasse na pluralidade do meu espírito. Tenho escrito, somente, no meu journal. E, provavelmente, terei de afrouxar a quantidade de publicações pelo blogue, em relação às que vieram ao ar desde março, devido aos meus projetos pessoais de escrita e que exigem bastante do meu foco e energia. Defini objetivos e, mais do que nunca, quero aumentar o gás e dar tudo de mim, como se o mundo estivesse para desvanecer…

Porque eu sei que consigo, porque eu sei que quero, por reconhecer em mim, como julgo nunca ter feito com tamanha amorosidade, a capacidade de conquistar o mundo.

22 anos. Uma capicua pontual numa outra que, como tal, não poderá ser reproduzida (assim esperemos!). Sempre fui muito apegada aos meus aniversários. Gosto de usar a data como uma desculpa para reunir pessoal, comer, dançar, conversar, divertir. Aprecio imenso a presença daqueles que, nos restantes meses, fazem de mim a pessoa que sou, e que me acompanham nesta jornada tão humana. Já fui de me chatear com aqueles que se esquecem ou não podem estar presentes…

Mas o bom da maturidade, essa que se vai colhendo diariamente, é que eu passei a compreender que a vida não acontece, somente, para mim, e que cada indivíduo enfrenta desafios diversos e que culminam, sem sombra de dúvidas, no dia em que nasci. Afinal, para aqueles que desconhecem da minha existência, é um dia como os outros. Ou então não. Tudo isto para dizer que ontem, percorri um trilho ajardinado e que se compunha conforme a minha passagem. E hoje, a uma velocidade paranormal, senti o toque e o cheiro das flores.

Não me sinto em condições para desenvolver mais. A felicidade é tanta, a serenidade também, que mal me consigo concentrar. E, na verdade, também não o quero fazer, por agora. Tenho 52 semanas até apagar outras velas, e muitas aventuras para experienciar. Muitas pessoas para conhecer. Muito amor para dar. E querer concentrar palavras que não me vejo a dominar por um conjunto de hipóteses maleáveis, é ir contra hábitos que estou a abolir. O presente é isto e é aqui que faz sentido estar. Grata. Plena. Com dúvidas, mas apta para avançar. ?

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