Ah-Ah, aqui estou eu, Carolayne Maria (não é o meu segundo nome, atenção!), para tratar de um assunto acerca do qual eu estarei sempre a aprender, pois, a vida é mesmo assim. Alguma vez, eu lá imaginaria que aqui viria falar de como tratar de suculentas, se passei as minhas primeiras tentativas a perdê-las? Mas como dizem: aprendemos mais com as falhas do que propriamente com as vitórias. Trágico, no entanto, verídico. Já vos relatei a nossa história nesta publicação e, motivada pela força que me foi dada por uma amiga minha para falar disto, decidi-me.
Considerando o volume de informação aqui presente, aconselho a que preparem um chá e se divirtam a ler esta publicação!
Para quem nunca teve de se confrontar com suculentas, será desafiante descobrir-lhes as peculiaridades e utilizá-las a seu favor. Se não entendermos o mínimo acerca da sua natureza, o mais certo é perdê-las por as termos alimentado em demasia, crentes de que as suculentas são como qualquer outra planta e que necessita de água constante. Ora, diz-se por aí que para quem nunca teve plantas, não tem tempo, ou distrai-se em demasia, os cactos são a planta ideal… Concordo, pois, é um facto de que eles não precisam de ser regados todas as semanas, afinal, se sobrevivem anos e séculos e milénios em desertos secos, porque não haveriam de sobreviver no conforto da nossa casa? Tendo isso como fio condutor, aqui me expresso em relação à primeira dica…
#1 As suculentas não necessitam de ser regadas todas as semanas, no entanto, as regras variam conforme as estações do ano – e o tipo de suculenta -. No inverno, devido à falta de sol e, consequentemente, calor, há uma grande tendência de a água não filtrar bem no substrato – já lá vamos -, logo, o que fica por absorver acaba por criar humidade, mofo, o que lhe quiserem chamar e isso, como é óbvio, atrai bicharocos… E nós não queremos bicharocos nas nossas queridinhas. Para além disso, não dominando a prática da rega, a inclinação inicial é a de regar as plantas porque no nosso entendimento, elas precisam…
Contudo, exagerando na nutrição de plantas que, por si só, contêm uma boa dose de líquidos na sua formação, isso leva à sua sobrecarga, afogando-as. Exatamente. Portanto, se as adquirirem no inverno, marquem o dia em as regarem e aguardem duas semanas. Um bom modo de verificarem a necessidade de rega é espetando o dedo na terra (ou um palito de madeira) e, se a terra não vier colada, eis o ponto ideal para a tornar a alimentar. Já no verão, eu tenho o hábito de as regar de semana a semana, conforme os dias de calor. Utilizo a mesma prática do palito e, como já lhes sei distinguir a necessidade a olho, o que outrora representava uma dificuldade, atualmente é como que um instinto.
#2 Sempre que comprarem suculentas – ou uma outra planta! -, tenham o cuidado de as trocar de vaso, limpando as raízes em água corrente. Isto porquê? – Porque como são plantas que vêm de estufas e, consequentemente, foram submetidas a trinta mil químicos para se sustentarem em lugares sem luz nem ventilação, essas mesmas raízes poderão estar infetadas não só com os produtos, como com fungos, etc. Para além da rega em excesso, este é outro fator que leva a que muitas plantas morram, por muito cuidadosos que sejamos. Comprem um vaso com furos na base, à vossa escolha, com uma dimensão que permita o crescimento livre da planta. Numa outra publicação, partilharei como é que eu preparo os vasos das minhas suculentas.
#3 A dica mais óbvia, mas que não custa relembrar: existem plantas de luz e outras de sombra, e as suculentas são, definitivamente, plantas de luz. Se tiverem estantes no quarto que apanhem sol, esta é a oportunidade perfeita para arranjarem um espacinho para a vossa suculenta. Ou mesmo na sala, o que importa é localizarem-nas num local iluminado, ventilado e no qual se recordem da sua existência, pois, tal como qualquer ser vivo, as plantas também precisam de atenção para se manterem fortes e saudáveis – nature at its best! -.
#4 Caso reparem que o vosso cacto esteja a apodrecer – usualmente acontece da raiz para cima -, não se apoquentem. Vistam umas luvas, retirem o cacto da terra, com uma faca afiada e previamente desinfetada com álcool e água corrente (exatamente por esta ordem), cortem a zona apodrecida a uns dois/três centímetros acima, polvilhem o corte da zona boa com canela em pó – um ótimo insecticida, fungicida, contudo, que não deve ser utilizado em excesso! -, deixem-no secar numa zona com luz mas sem sol – o recanto de uma estante, no chão abaixo da janela – e, quando seco, pousem-no em cima da terra. Ao fim de um tempo, verificarão que esse mesmo caule se auto reproduzirá e criará raízes. Assim sendo, coloquem água no prato do vaso e deixem que a terra absorva esse líquido, levando-o às raízes. Com este método, terão a certeza de que não afogarão a planta;
#5 Ainda no tema da reprodução, se tiverem echeverias (ver FOTO01) ou crassulas (ver FOTO02), e se as mesmas estiverem a largar folhas saudáveis (verdes, recheadas de água e com a base que liga ao caule intacto), guardem essas mesmas folhas. Normalmente, prepara-se aquilo a que se chama de berçário (ver FOTO03), ou seja, um vaso ou caixa com perfurações na base, nos quais se deixa um preparado de substrato livre para potenciais auto reproduções. Larguem-nas aí e deixem-nas criar raízes ou mesmo brotos. Procedam do mesmo modo que eu já expliquei no ponto #4. Para além desse método, podem deixá-las numa caixa de ovos a cair raízes a seco. Funciona da mesma maneira. Não se incomodem se algumas folhas não derem raízes. Trata-se da natureza a atuar e, tal como expliquei nesta publicação, nem tudo o que reúne as capacidades para se desenvolver, assim se sucede.
#6 O substrato – aka terra – pode ser qualquer um, no entanto, dêem preferências àqueles que são de fácil permeabilização. Nunca cheguei a experimentar este truque, mas há quem misture o substrato normal – os que se vendem nas lojas – com areia de construção que, por ser leve, permite que a água escorra mais facilmente, evitando o trânsito da mesma. Além de outros truques que partilharei noutra publicação, esta é uma das dicas mais importantes, pois, dependendo do ambiente que prepararmos para as nossas plantas, elas poderão ou não reagir bem, acabando por morrer, portanto, o substrato ideal faz toda a diferença. Podem, de igual modo, colocar as raízes diretamente dentro de uma garrafa de vidro com água, porque elas acabarão por se desenvolver na mesma!
#7 Paciência. Curiosidade. Resiliência. Compreensão. Fascínio. Tanto para as plantas quanto para qualquer outro elemento da natureza que fuja dos nossos radares do conhecimento usual. Vai haver momentos em que tudo correrá na perfeição e outros em que quererão desistir… Mas respirem fundo de cada vez que tiverem de enfrentar os desafios, façam-se persistentes e continuem a investir nos métodos que se adequarem à vossa rotina e que beneficiarão de igual modo as vossas plantas. Acima de tudo, aproveitem o processo e busquem encontrar pequenos rasgos de felicidade por cada detalhe que elas revelarem!
E desse lado: têm alguma planta? Como é que ela é? ♥
1 Comment
Não Deites as Cascas Fora! - Como as Reutilizar | imperium blog
22 de Outubro, 2020 at 9:31[…] além de nutrirem e protegerem as plantas de muito sol… Como por exemplo, as suculentas – e acerca das quais já falei nesta publicação! -. Sempre que troco de vaso, misturo as cascas no substrato de terra, monto as vasinhos e permito […]