O QUE ME MOTIVA A LER

A sede de conhecimento. Não fugir à realidade, mas sim compreendê-la por vias mais confortáveis – ou desconfortáveis, dependendo do tema abordado no livro/artigo. A sensação de conforto quando me instalo nos meus locais favoritos da casa para colocar a leitura em dia. O poder meditar em silêncio. A empatia que colho a cada página, aplicando-a no meu quotidiano. Ver a minha escrita melhorar, dado que observar o trabalho dos outros também nos ensina como agir perante o nosso. Sentir o borbulhar da minha criatividade e a facilidade com que ela se brota na minha mente. Aquele choque de ansiedade que me percorre o corpo, de cada vez que passo por uma livraria, me faço as vontades e me coloco a explorar as novidades. A sensação de bem-estar, na companhia de outras personalidades que não eu. O odor das páginas, a textura das mesmas. O silêncio que é penetrado e cortado, sempre que me deixo mergulhar um pouco mais por uma história, ao folhear uma folha. Os dias em que leio mais de metade de um livro, sem dar por isso. A leveza das obras, em termos de peso, mesmo quando totalizam uma tonelada. A inspiração que ganho, nos dias em que me coloco a arrumar a estante. A rotina que me é tão habitual e que consiste na preparação de um chá – seja ele qual for -, acender as luzes da cabeceira, saudar as velas, cruzar o horizonte com o olhar e explorar uma nova obra. O abandonar do meu espírito e o seu regresso magnífico, com os nós na íntegra. O reencontro comigo mesma. Os receios que são tão meus e que passo a perceber o porquê da sua existência. A necessidade de não me perder em dias de sol, quando toda eu sou nuvens e tempestade. O céu azul nos dias de verão e a chuva de inverno. O poder saber que, quando termino de explorar uma nova história, terei sempre com quem partilhar as minhas impressões…