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PESSOAL \ 5 COISAS DA INFÂNCIA DAS QUAIS SINTO FALTA

19 de Outubro, 2018
Rica infância, por onde andas? Passaste tão depressa, de tal maneira que te ficou impossível não abandonar vestígios de uma nostalgia e uma solidão incuráveis… Um buraco na alma, memórias tão vivas, odores tão característicos… Rica infância, foste-te e deixaste-me com saudades de coisas que, aqui sentada, recordo com um sorriso nos lábios e uma felicidade inconfundível. Rica infância, por onde andas? Bom, eu cá ando pelo presente, embora sentindo falta de certos aspetos da minha infância. Há dias em que não me escapa esta sensação de ter perdido coisas valiosas com o decorrer das atividades diárias, com o amontoado de coisas que tenho para fazer… Outras, então, são significativas pelo facto de nunca mais terem sido feitas, tendo o seu tempo terminado na última vez em que as realizei. Hoje, conversaremos acerca disso!
Quem é que, para além de mim, nunca se sentiu assim? Nos nossos momentos de gente crescida, abre-se sempre uma fresta de curiosidade em relação ao tempo que passou, a nossa memória ora funciona perfeitamente, ora se assemelha a disparos de pura confusão por nos sentirmos perdidos na imensa escuridão que nos acompanha na falta dela. Calhou-me, por acaso, recordar das coisas que sinto falta da minha infância. Hoje, serão apenas cinco, mesmo que tal algarismo não faça jus à quantidade de elementos que repousaram no tempo e que não me acompanharam na jornada que tem sido a vida. Hoje, partilho os meus, quem sabe, vocês também não se sintam inspirados/as? (Fica a dica!)
#1 As idas a Évora \ Era muito comum a família se juntar aos fins-de-semana e visitar o meu avô paterno e sua restante famelga, em Évora. Era sempre bastante entusiasmante fazer as malas, pegar nas almofadas principais e me deixar adormecer no banco de trás, enquanto os meus olhos recolhiam toda a informação possível ao longo do meu estado consciente, armazenando-o até ao nosso destino. Por muito que eu adorasse a união e a harmonia, só não gostava de lá ir no Inverno por causa das lagartas que caem dos pinheiros. Para dizer a verdade, hoje, até dessa sensação de calafrio eu sinto falta. Talvez um dia, eu regresse para aquela cidade, mesmo que não seja para o mesmo lugar.
#2 A sensação de ter um fim-de-semana inteirinho livre \ Com o passar dos anos escolares, a exigência foi-se também intensificando. Não me posso queixar muito, pois, dou por mim a aperceber-me de que quem dera a muitos estar no meu lugar, porém, é certo de que há imenso que não chego a uma sexta-feira com a sensação de que poderei descansar sem pensamentos extra ao longo do fim-de-semana. Se o faço, inclusive, é por pura preguiça de despachar as minhas responsabilidades, no entanto, tenho vindo a ser mais cuidadosa com isso. Mesmo que faça pouco do que o pretendido, tento nunca deixar muitos afazeres a acumular, de maneira a entrar na semana de consciência livre. A cada dia, até tenho preferido ter a semana livre do que propriamente o fim-de-semana, pois, isso apenas significa de que tenho tempo para colocar os afazeres em dia, podendo até incluir cafés, leituras, exercício físico e afins!
#3 A ingenuidade \ Quem nunca? Vivemos num mundo tal, que mais valia não termos acesso a certas informações. Apesar de nunca ter sido uma criança assim tão desligada do mundo, partilhando de alguma inteligência com ele, à medida em que vou crescendo, vou-me sentindo mais necessitada de me afugentar do mundo real e das suas incongruências. O ser humano vai de mal a pior, as pessoas já não se conseguem respeitar e eu apenas gostaria que tais situações pausassem por uns momentos e me conferissem, a mim e a tantos mais, um período de serenidade. Tendo em conta que o mundo não pode parar assim, posso eu através da meditação, do exercício físico, das leituras, e eu agradeço a todos os anjinhos por tal me ser permitido!
#4 A crença no amor entre mim e alguém \ “Ai, que cliché, Lyne” – coisíssima nenhuma, meus caros. Posso até já nem dar muitos créditos a uma possível relação amorosa, mas só o facto de me ter vindo a aproximar cada vez mais da minha existência, me apazigua todos os desânimos colhidos até hoje. É por me saber capaz de perdoar e esquecer certas situações, que me encontro leve, serena, talvez mais desinteressada por escolha própria do que qualquer outra coisa. Sim, ainda sonho com certas coisas; Sim, não sou imune a isso; contudo, as minhas prioridades se converteram noutras, daí talvez acreditar no amor entre duas pessoas, comigo lá incluída, tenha ficado para quarto ou quinto plano!
#5 A vontade e a força de poder fazer tudo \ Se há coisa da minha criança que nunca morreu, foi este aspeto, porventura, isso não quer dizer que não haja dias em que essa chama se amenize mais do que o esperado, empurrando-me para aquela que é a zona mais ansiosa de mim. É quando essa garra falta que eu me sento na ponta do abismo, que eu me sinto tentada a entrar para lá, que eu entro em puro desespero por não saber o que fazer. Felizmente, existem fatores exteriores a mim que me auxiliam na hora de regressar aos meus objetivos iniciais, abandonando a ideia de desistir. Felizmente, a criança que fui ainda existe em mim!
E vocês, de que mais sentem da vossa infância? ♥
  • Reply
    Joana Sousa
    19 de Outubro, 2018 at 8:40

    Nem imaginas como me identifico com este post neste preciso momento – tenho andado a revisitar fotos e vídeos antigos, por isso podes imaginar a nostalgia disso! Tempos sossegados, em que o maior drama era a coisa mais insignificante do nosso dia-a-dia…mas também gosto de ser adulta – não há cá lugar para o síndrome de Fernando Pessoa :p

    Jiji

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