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DIETA PALEO: MODOS DE EXPERIMENTAR, PT.1

8 de Março, 2018
Vamos por partes. Escrevi esta publicação como forma de desabafo, abordando o assunto de maneira muito vaga. Não entrei em detalhes, pois, tal como podem observar, pretendo dividir as minhas opiniões para que possa refletir acerca delas sem muitas pressões. Para que fique claro, eu não ganhei ressentimentos pelos profissionais que me atenderam na altura, por uma questão bastante simples: acerca desta área, eles percebem muito mais do que eu e, tal como tudo na vida, as coisas têm razões de o ser. Aliás, se há pessoa que gosta de ter acompanhamento e opiniões médicas para tudo e mais alguma coisa, essa pessoa sou eu, porque, realmente, detesto andar à deriva. 
O facto de, desta vez, eu não ter consultado um nutricionista para me acompanhar nesta jornada, tem um motivo muito simples: dentre todas as despesas familiares, realmente não há espaço para incluir mais esta, por muito que desejemos, pois, não é assim tão fácil quanto as pessoas julgam que possa ser, e decidir adotar um estilo de vida melhor, por vezes, nem tem que ver com o facto de querermos ser mais magros ou mais gordos. A saúde conta muito mais e é nisso que me baseio, sempre que estudo acerca de determinado assunto. Começo por vos dar um exemplo muito simples: não sei se por coincidência, mas na altura em que estava a ser acompanhada e fiz exames ao sangue, descobri que tinha anemia
Ora, se eu estava a ser acompanhada e, supostamente, comia bem, como é que tal pôde acontecer? Para vos ser sincera, existem mil e uma razões para o facto de eu ser anémica, tais como questões genéticas, a real falta de ferro, carências na alimentação, etc.. Isto serviu para quê, exatamente? Para vos mostrar, de forma subtil, de que apresentar este tipo de problemas é normal e acontece. Agora, vocês se questionam (novamente): então, mas, tens novos exames que provem já não seres anémica, pelo facto de te teres inspirado na dieta paleo? – e à qual vos respondo: segundo o meu médico de família, os meus valores estão bons. Agora, se está ou não relacionado com a minha aderência à paleo, não vos sei esclarecer. Mas de uma coisa eu sei: muito antes da paleo, já eu tinha deicado de lado os pães, as bolachas, as pizzas, os cereais, resultado dos meus acompanhamentos médicos anteriores. Na verdade, eu nunca abandonei as minhas aprendizagens, simplesmente as aperfeiçoei.
Quando decidi ser uma paleo friendly, impus que não seguiria à letra TUDO o que os estudos indicam. Sou uma amante da comida e existem alimentos que me fazem babar só de os ver – como o grão ou o feijão, duas leguminosas que a ideologia paleo exclui da sua dieta! -, logo, apenas reduzi o seu consumo. Se eu for a resumir o lado positivo das mudanças, posso afirmar de que deixei de sofrer de inchaço abdominal, de súbitas alterações de humor – e quem me conhece pessoalmente, SABE que eu bato recordes nesse aspeto! -, as minhas dores menstruais reduziram imenso e deixei de estar indisposta por tudo e por nada. 
Eu não devoro carne e peixe como se o mundo estivesse prestes a desaparecer; eu passei a ingerir muitas mais frutas e vegetais; eu substituí os meus hidratos de carbono, não recorrendo apenas ao arroz – por muito que o adore! -; tudo o que são preparados à base do trigo, eu faço em casa com outras bases, para evitar estar sempre presa à casa-de-banho, desperdiçando o meu tempo por lá. Eu não sou, nunca fui, e pretendo não ser a louca das dietas, pois, não me identifico com isso. Como já referi, eu adoro comer e poder fazê-lo de consciência tranquila foi outra coisa boa que a paleo me trouxe.
Já partilhei pelo blogue que a minha primeira ida à nutricionista levou de mim 13kg. O único mal no meio daquela experiência foi o facto de a doutora me ter receitado ampolas, comprimidos, etc., quando na realidade, eu não necessitava deles. Assim que deixei de poder financiar os medicamentos, ganhei todo o peso que havia perdido. Na altura, também era uma miúda e, mesmo com a ajuda dos meus pais, o meu descontrolo prejudicou-me imenso. Tal como a Inês partilhou connosco, uma vez, em seguimento desta publicação da Catarina, há que ter cuidado com os nutricionistas que nos passam medicamentos só porque sim, e se eu tivesse essa noção com os meus doze/treze anos, acreditem que teria sido muito mais fácil. 
Da segunda vez, no entanto, comecei um acompanhamento com uma outra nutricionista, desta vez sem quaisquer tipo de medicamentos. Na realidade, foi com ela com quem aprendi a ter ainda mais noção dos alimentos que eu ingeria e dos efeitos que eles nos provocam. Até hoje, conservo um caderno que ela me deu e que contém indicações acerca das calorias de cada alimento, tal como uma lista de quase todos os eles. Consulto-o sempre que preciso, criando ementas que funcionam para mim e para toda a família, sempre que sou eu a cozinhar.
pizza com base de couve-flor (receita em breve)
Ambos os acompanhamentos me ensinaram muitas coisas. Tanto uma como a outra nutricionista, sempre foram bastante simpáticas comigo e nunca me fizeram sentir mal pelos poucos resultados, por vezes obtidos em algumas semanas. Sempre conversaram comigo, davam-me conselhos, celebravam quaisquer que fossem os dígitos. No fundo, sempre foram boas profissionais. Uma delas pecou, aos meus olhos, pelo método que adotou, contudo, faz tudo parte de uma lição que ainda carrego no peito. O que me levou a fazer uma rápida reflexão acerca deste assunto foi um comentário que recebi na publicação anterior. 
Eu agradeço mesmo muito a preocupação da pessoa, tendo-me já expressado na caixa de comentários, mas quero voltar a vincar o facto de eu não seguir a dieta paleo a 100%, talvez como as minhas palavras o tenham refletido. Eu simplesmente me identifiquei, após muitos anos, com a filosofia de todo esse tema, conseguindo, FINALMENTE, reconhecer o que é que me beneficia e o que é que me faz mal, tendo em conta as reações físicas que sofro. Falar deste tipo de assuntos publicamente tem o que se lhe diga, visto que cada um de nós tem maneiras diferentes de reagir aos mesmos estímulos, sendo que cada caso é um caso. 
Não estou, nem quero impingir o mesmo que faço, quero apenas deixar registado que é algo que tem funcionado para mim. Garanto-vos que uma das coisas que me separa de muita boa gente que tenta e falha nas mudanças é a persistência e a consciência de o querer. E eu lamento pelas pessoas às quais custa acreditar nessa verdade, pois, cada um sabe a que patamar da vida está e eu não pretendo desacreditar ninguém. Tenho um enorme respeito pela história de cada um, algo que me inspira a querer escutar de quem se sente à vontade a contar a sua. Daí eu estar aqui, a expor as minhas opiniões.
  • Reply
    Daniela
    9 de Março, 2018 at 23:52

    Cada caso é um caso mas acho sempre importante partilhares a tua experiência! E tal como dizes o importante não é cumprir tudo sem questionar, é ir experimentando e mais importante que tudo é saber ouvir o nosso corpo.:) Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/

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