Dez dias e parece que não escrevo há anos. Na realidade, a última vez em que produzi um texto digno de apreciação, foi para um trabalho de História, ainda há uns dias. Tive alguns meios de inspiração, baseei-me em frases já existentes, coisa que nunca acontece quando me sento para produzir conteúdo para o blogue, contudo, desde aí, que faz algum tempo em que não exponho o que me vai na alma. Já me perdi nas vezes em que afirmei estar a viver numa linha delimitada de loucura, mas julgo nunca ser de mais para o fazer. Este ano começou muitíssimo bem e, apesar de acreditar de que tudo caminhará para o melhor, estou posicionada num limbo sem comparação alguma, incerta do que sentir ou desejar.
Não quero estar a pedir de mais, consciente de que o Universo não é grande apreciador disso, porventura, não quero sucumbir numa teia de negativismo, só porque sim. Pese embora a ansiedade que me está a acompanhar, não penso que seja necessário estar a ser negativa, para nada. Sei bem os esforços que fiz; ao contrário do ano passado, voltei a envergar a capa que sempre me protegeu do insucesso escolar; estudei com dedicação, amor e, acima de tudo, a tempo! Pode parecer ridículo a alguns, afinal, posso me gabar de sempre ter sido alvo de exemplo, todavia, e considerando certos aspetos que, por momentos, me fizeram duvidar de mim mesma, este foi o semestre em que descortinei métodos de estudo e organizações incríveis, e das quais me orgulho bastante. Se funcionam de facto, só saberemos em breve.
Tem sido uma experiência enriquecedora, caótica, tenebrosa, excitante, nova. E se assim continuar, novas sensações serão palco para as minhas vivências, e eu mal posso esperar, de verdade. Por agora, já só quero terminar os trabalhos que estão em fase de remate, chegar a quarta-feira e pegar em alguém, para ir ver as luzes de Natal, pelas ruas. Tanto as da cidade, como em Lisboa, tanto faz, apenas anseio por um momento de pura descontração, sem ter de me preocupar com nada, trabalhos, pensamentos, o que valha! Quero poder ser eu, sem limitações exteriores. Não que isso me impeça de me ser o que sou, mas acaba por influenciar as rotinas, os hábitos, os horários da agenda e tanto mais.
Não obstante o volume de responsabilidades, é por me encontrar frente-a-frente com o stress, que acabo por me refugiar nos momentos de leitura. Bem que eu queria atualizar e conhecer novas séries – no meu caso, apesar dos trabalhos, é bem possível de acontecer! -, ver filmes, passear, ou mesmo deambular pelo feed do YouTube, mas são os livros que mais me acalmam a cabeça, principalmente nos intervalos das tarefas, ou antes de dormir. À pala disso, já vou no terceiro livro do semestre, e que bem que me tem feito aliviar a tensão através da respiração controlada, à medida que vou revistando as linhas de cada página.
Os chás e as velinhas têm, de igual forma, desempenhado um papel crucial, no que toca aos pequenos lazeres de uma vida atarefada. Peco por não dedicar algum tempo a fitar os cabelos incendiados da cabeça circular da vela, contudo, só de saber que ela se encontra ao meu lado, a servir de relógio, enquanto o seu fumo se entrelaça com o do chá, seja ele qual for, deixa-me calma, percebem onde quero chegar? É tal como já afirmei, anda tudo muito caótico, no entanto, no bom caminho.
Hoje, dentre muitos, foi o único dia em que me pude dar ao luxo de desligar da faculdade, dedicar-me à cozinha, a mais um treino, ao blogue, sem chatices. Tem-me sabido a uma sexta à noite, visto que, hoje, tive de madrugar, dar uma de ninja, quase correr para apanhar transportes e ter uma frequência. Para fazer tempo, fui à Tiger antes de regressar a casa, e adquiri um bloco de apontamentos lindíssimo, de tons magenta e um elástico ao centro, na horizontal, para compactar as folhas e a capa, de textura réptil e um acabamento refletor. Anseio pelo término das aulas, mas comprei-o já a pensar nos apontamentos do semestre seguinte, dá para acreditar? E pensar que estou exausta, mentalmente, e só quero descansar!
Enfim. Se o tempo e o corpo assim o permitirem, farei do serão algo cómodo, talvez substitua os chás por um galão ou cappuccino, aconchegar-me-ei nas mantas da cama, e devorarei o que me resta do segundo volume do “1Q84”. Há muito a ser feito amanhã, mas não quero pensar nisso. Desse lado, deveriam apostar no mesmo: deixar as responsabilidades um pouco de lado, respirar e aceitar o facto de necessitarem desse descanso. Sem a cabeça no sítio, não hão de ir muito longe! Façam para que tudo se torne o mais equilibrado possível. Quanto a mim, melhor, impossível!
4 Comments
Joaninha
17 de Dezembro, 2017 at 8:15Sinto-me tão relaxada depois de te ter lido. Uau! Deixaste-me com um misto de tranquilidade e inspiração! Que bonito. Com o descreveste o fumo da vela e do chá a abraçarem-se, como descreveste a imagem da vela a dissipar-se com o tempo. Tão bonito. Assim como as fotos que trazes, escuras e, ao mesmo tempo, cheias de luz e paz. Adorei! Fico mesmo feliz por saber que este semestre te soou positivo em relação à tua persona! Agora… faz o que recomendas e descontrai um ou dois dias. Mereces muito!
IMPERIUM
17 de Dezembro, 2017 at 17:19Eheh, Joana, que amor!!!! ? Eu bem que me queria estender no chão, a olhar para o teto, mas não posso, para já, pois, tenho algumas coisas para terminar. Não obstante, falta pouco para tudo e hoje já dediquei umas 5h à descontração! Por agora, só trabalho! Beijinhos! ??
Rosana
18 de Dezembro, 2017 at 23:33Senti-me assim no Verão! Parece que o descanso não chega, mas está mesmo mesmo quase, vais ver ? Felizmente vais tendo as leituras que te acalmam e com certeza te levam para outro "mundo" durante um bocadinho. ?Beijinhoo
PORQUE DEVEMOS TER PLANTAS EM CASA (E QUE VAI MUITO ALÉM DO MUNDO FÍSICO) – imperium blog
20 de Março, 2020 at 10:10[…] o cacto e enxuguei umas lágrimas, de tão triste que estava. Para além do mais, estava a ser uma fase bastante complicada na faculdade, logo, tudo o que contribuísse para o declínio do meu amor-próprio, era muito bem […]