Retrospetiva \ 2015 em palavras


Dois mil e quinze foi, essencialmente, um ano de mudanças. Não me recordo de ter vivido um ano tão intenso como vivi o que já está perto do fim. Creio que foi dos melhores anos que já passaram pela minha vida. Embora muita coisa má tenha acontecido, tudo o resto foi capaz de substituir a tristeza e a angústia. Aprendi a escolher quais as armas ideais para combater os meus demónios. Aprendi a ser mais forte. Despi-me daquela pessoa que se intitulava frágil, substituindo-a por alguém mais segura de si e das suas decisões. Deixei-me embalar por vários momentos que me marcaram e que consequentemente contribuíram para a construção do meu ser. Vaguei pelos becos da minha mente e iluminei-os com toda aquela determinação que tenho vindo a plantar desde o dia em que me reconheci como alguém que consegue e alguém que quer. Purifiquei e mudei as minhas ideias, as minhas formas de pensar e de agir. Permiti-me crescer só mais um bocado, o suficiente para não alargar em demasia e fazer explodir a criança que por vezes sou e serei eternamente. Recompus as costuras que perderam as linhas no meu coração e aprendi que chorar é a melhor solução quando estamos divididos entre deixar-mo-nos ir pela depressão ou agarrar-mo-nos à negação. Agora posso respirar de alívio e sorrir perante estas conquistas.
Este foi o ano em que mais livros me passaram pelas mãos e mais viagens realizei graças a eles. Conheci personagens, conectei-me com algumas, detestei outras. Saboreei cada palavra, cada frase; imaginei cada gesto e emoção. Deliciei-me com muitas aventuras e desejei de modo ardente poder fazer parte de algumas fisicamente. Chorei baba e ranho por algumas passagens e gritei de euforia por outras. Foi um ano de leituras e tanto. Como forma de apoiar a expansão da miopia (cof cof), aventurei-me por muitas séries, muitos filmes, muitos animes. Vivenciei experiências diferentes das dos livros, mas de igual forma para a limpeza da alma. 
Socializei mais do que poderia imaginar. Revi alguns amigos. Caíram-se-me do céu pessoas maravilhosas (= pessoas que eu já tinha, mas com as quais fui desenvolvendo amizades), as quais tenho a certeza que permanecerão por longo prazo na minha vida. Pessoas com as quais aprendi em quem devo depositar o meu tempo, a minha paciência, o meu amor. Cozinhei para elas, ofereci-lhes coisas, fi-las rir com o meu talento de comediante. Fui uma boa pessoa. Por outro lado, intitularam-me mais vezes carrancuda do que propriamente aquilo que realmente sou (não tão carrancuda como dizem), tendo em conta o pouco tempo que essas outras pessoas passam comigo. Enfim, fazer o quê com os que julgam pela aparência?
Dancei e continuo a dançar mesmo quando existem obstáculos. Aprendi imenso e só tenho pena que alguns problemas de saúde me tenham impedido de gozar uma das maiores formações da minha vida. A maior lição que este ano me poderia dar, facilitando a minha maneira de encarar o mundo da dança foi, sem dúvida, a poupar com antecedência para poder aproveitar aulas de fora, formações e convenções. E este é um dos objetivos que eu pretendo levar a cabo em dois mil e dezasseis: poupar, poupar e poupar de modo a conseguir investir nesta atividade que me aquece o coração e refresca a alma. 
Dei-me ao prazer de abrir os olhos e observar aquilo que me rodeia. Gastei mais do que alguma vez tinha gasto, mas em coisas de que não me arrependo. Mais especificamente, gastei bastante em comida e em livros (quem nunca?). Fiz as coisas de que gosto e aprendi a gostar das coisas que faço. Criei dois blogues, dois quais um sobreviveu e permanece até hoje. Atrevo-me a dizer que o ter criado foi a melhor coisa que eu já fiz por mim mesma. Cliché ou não, a verdade é que eu sempre me expressei melhor por meio de palavras escritas e não tanto por aquelas que necessitam do som para existirem. E ter arriscado e criado A vida de Lyne funcionou como que uma água benta. Tenho vindo a conhecer espaços magníficos que são representados por pessoas igualmente maravilhosas. A minha capacidade de escrita e assimilação de diversos temas e situações tem vindo a desenvolver-se bastante. O meu lado crítico está mais maduro e capacitado para apontar defeitos e qualidades em algo. Confesso que ainda tenho muito para crescer, mas não dispenso qualquer sermão, elogio ou crítica às minhas ações. Sei que tomarei em conta algumas coisas, assim como tenho a plena noção de que encherei os pulmões e defenderei aquilo que penso. Aprendi a mexer com HTML’s, CSS’s, a modificar templates, a encontrar códigos que por vezes parecem impossíveis de detetar. “Perdi” horas e horas a fazer headers, caixinhas bonitas que serviam de casas para títulos na sidebar, uploads de imagens só para conseguir obter os links para os tais códigos; a ver e a rever se a casa estava do meu agrado e chorar quando me apercebia de que todas aquelas horas tinham valido a pena. E tudo isto em três meses. Pudera eu saber o que é que se avizinha.
E ainda há tanto mas tanto para dizer, mas penso que chega a ser melhor termos algumas recordações em locais recônditos para lhes darmos o devido valor e apreço. Nunca mais sairia daqui se me colocasse a detalhar cada passo, cada sensação, cada sorriso. Esses momentos sei que atravessarão a minha consciência quando menos estiver à espera. E isso vale bastante. E este ano não poderia estar a correr melhor. Embora tenha grandes expectativas para o ano que se avizinha, pretendo abraçar os dias que faltam e vivê-los de uma maneira proveitosa, pois muito mais está para vir.

4 thoughts on “Retrospetiva \ 2015 em palavras”

  1. Celebrar um ano de descobertas, confirmações, coisas boas e coisas más, com sorrisos e com lágrimas, , com a "realidade virtual" e a "realidade real" e ainda poder dizer "Vivi" e quero aproveitar ao máximo estes dias é uma benção.
    Parabéns.

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