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WHAT ABOUT PHOTOGRAPHY? #4

8 de Abril, 2017
Nunca vos cheguei a falar com pormenor acerca da Ana. Para quem ainda se encontra a boiar, elucido-vos: sabem a Nobel, aquela pessoa que estou sempre a referir por aqui? Exato, são a mesma pessoa. Fomos da mesma turma desde o décimo, e confesso que ao início ela me passou muito despercebida. Se fiquei a conhecer o seu nome, foi apenas a meio do primeiro ano letivo, e se conversávamos, era mesmo muito de vez em quando. Hoje em dia, a Ana confessa que para ela, eu nunca lhe tinha passado despercebida, e que até sempre me quis conhecer. Nunca me tinha passado pela cabeça que nos uníssemos tanto, mas são coisas que acontecem. Fiz muitas amizades no secundário, as quais preservo com o calor do coração, mas com a Ana é diferente. Durante a minha vida toda, murmurei o desejo de encontrar alguém que fosse o meu reflexo, com quem pudesse conversar sobre tudo e mais algum, alguém que me ajudasse a curar aquilo que tinha de mais perturbador na mente… E mal sabia eu que essa pessoa surgiria no secundário, que essa pessoa se tornasse numa confidente dois anos depois, e que quase quatro anos após o primeiro cruzar de olhares, a amizade se tornasse em irmandade. 
Há muito que vos quero falar da Ana. Costumo afirmar que ela sou eu, mas na versão branca. Exetuando as tais diferenças que nos tornam únicas enquanto individuas, eu e ela somos do mesmo: temos apenas um dia de diferença em relação aos aniversários; raramente necessitamos de recorrer às palavras para compreendermos o que é que vai na nossa alma; sabemos como partilhar de um ambiente silencioso, sem termos de criar um ruído sequer, apenas o do coração; tanto ela como eu somos as psicólogas, as filósofas, as mães e a âncora uma da outra; em momentos de pânico, ela é a primeira pessoa que me atravessa a mente para me poder acalmar. Sabemos como nos aturar, como nos amparar, como evoluirmos apenas com cinco minutos de debate (embora estes durem sempre mais do que cinco minutos). É ela quem me abre os olhos para certas coisas; é ela quem me ensina mais acerca de política; é ela quem desperta em mim a vontade de sair de casa quando o que o corpo menos quer é isso. Para todos é a Rita, mas para mim é sempre Ana. Todos estranham quando a chamo assim, mas justifico-me sempre com o mais óbvio: este é o nome dela, da mesma maneira que Carol é que lhe soa melhor, no lugar de Carolayne.

Como sempre, hoje eu e ela partilhámos o palco que é a nossa cidade, enquanto colocávamos a conversa em dia, os factos na mesa e observávamos a paisagem. Fotografámos imenso, rimo-nos feitas loucas, recarregámos energias e comemos muitas porcarias. Passar horas com ela é assim, é eu ser eu mesma a duzentos, é eu chegar a casa de sorriso no rosto, é eu aperceber-me de que sou importante para alguém, que valoriza a minha opinião, que me pede por conselhos, que me vê como a irmã que ela nunca teve. Tive o prazer de ouvir isso muito recentemente da parte dela, e só não chorei porque estávamos num ambiente de alegria. Sei que estás a ler isto, e por muito que me repita, quero que saibas sempre que tu és e continuarás a ser a pessoa que eu procurava para me acompanhar nesta longa jornada que é a vida. Sabes dos meus planos para nós, juntamente com o Silva, e garanto-te que tudo se passará tal como eu disse. És a maior!


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