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Das decisões que amenizam a ansiedade

30 de Agosto, 2017
Tinha muitas coisas planeadas para dois mil e dezassete. Uma delas, que se avizinhou há pouco tempo, entrou em conflito que uma outra que tem vindo a ser trabalhada há muito tempo, basicamente desde que o ano começou. Nunca imaginei que tivesse de passar pelo momento em que passei, o peito super pesado, enquanto o coração tentava livrar-se daquela toxidade toda, encaminhando-me para o melhor trilho. Já vos escrevi, em tempos, uma reflexão de como é que as nossas decisões dependem daquilo que queremos delas, e que por muito que se goste de algo, não necessitamos de nos apegar a elas de forma doida, só porque é isso o que as pessoas esperam de nós. Julguei que tão cedo não voltaria a passar por isso, mas enganei-me.
Uma vez mais, a vida colocou-me à prova das minhas capacidades e dos meus picos de ansiedade, obrigando-me a optar por aquilo que eu mais queria neste momento da minha vida, tendo de sacrficar um derradeiro “Sim”, mesmo sabendo que teria de ser chata para com o meu destinatário, fazendo-o de igual forma entender o meu ponto de vista. O que mais me custou no meio disto tudo nem foi ter de enfrentar o formigueiro que se instalou pelo meu corpo no momento em que me vi frente-a-frente com as duas opções, mas sim a clareza com que se me apareceu uma das muitas verdades que já aprendi na vida: existem pessoas que não me compreenderão pelas minhas decisões, querendo sempre que eu aja conforme os seus desejos, apenas porque vangloriam o meio que nos é comum como uma verdade universal. Isso também me abriu os olhos para uma outra coisa: até que ponto é que valorizamos os nossos objetivos, e de que maneira é que estipulamos níveis para cada um deles, de modo a que nos guiemos de forma segura e instintiva por essa estrada, sem receio de termos optado pelo “pior” em determinado ponto da vida? Como é que nós, enquanto moderadores dos nossos desejos, podemos negar certas tentações, em prol de uma felicidade que se avizinha e que sabemos que se estenderá por muito mais? Será assim tão mau termos mais do que “uma vida” aos olhos dos outros, quando eles exigem muito menos de nós? Ou o problema reside no facto de termos medo de mostrar que temos pelo que lutar, e baseando-nos nisso, um outro receio de nos sentirmos egoístas para com o mundo, apenas porque o deixámos em segundo plano?
Após decidir para o que iria, foi como se me tivessem removido uma casa das costas, de tão aliviada que fiquei. Sei e reconheço que se tivesse apontado para o opção B), eu estaria neste momento a escrever um outro texto, com uma outra animação, de semblante carregado e a consciência pesada. Não que não considere viver as experiência que a segunda opção tem para oferecer, mas sim porque não estava, e nem estou, no momento adequado para vivê-las e retirar delas muitas lições. Estou mais focada em terminar a jornada que comecei, por saber que a partir daí, ser-me-ão disponibilizadas todas as rotas para muitas mais aventuras, e por isso, eu não poderia adiar mais o inevitável… Tudo isto para dizer que quando algo tem de ser feito, há muita gente que deverá escutar inesperados “Nãos” da nossa parte, mesmo que isso nos confira um outro ar perante outros olhares. De acordo com a nossa saúde mental, isso não chega aos pés do grandioso sorriso com que podemos acordar todos os dias, a partir do momento em que escolhemos ser mais felizes.

ansiedade

  • Reply
    Tim
    30 de Agosto, 2017 at 18:18

    Como te percebo. Devemos viver e fazer as nossas escolhas livremente. A vida põe-nos à prova mts vezes e as decisões não são fáceis de tomar mas quando tomamos a decisão correcta, tudo será mais fácil.

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