Não sou a pessoa mais viajada como queria, no entanto, já saí do país duas vezes – mas que se converterão em três, como poderão ver a seguir-, mais do que muito boa gente. Como tal, tenho apenas de me sentir grata pelas oportunidades que me surgiram, e é exatamente por querer celebrar isso que me veio à cabeça escrever esta publicação. Os três locais que aqui vos trago aconteceram em momentos divergentes da minha vida, no entanto, carregando mais bagagem do que no passado, penso que regressar para o seu abraço seria uma experiência diferente, quiçá mais enriquecedora, mas tão merecedora como foi na altura. Escreverei por ordem cronológica, ou seja, do local que visitei há mais tempo, para o mais recente.
Comecemos por São Tomé e Príncipe, a ilha de onde os meus pais são oriundos. Pisei esta terra pela primeira vez há onze anos e, como tal, pouco me relembro da experiência. De quando em vez, alguns odores manifestam-se e desencadeiam memórias, assim como pequenos fragmentos de uma reportagem que eu mesma busco a fins de me recordar. Raramente pego nas fotos que a minha mãe tem guardadas da época – coisa que faço muito mal, enfim -, porventura, para hoje, lá tive eu de viver tudo novamente, com outros olhos e outra maturidade.
Foi aqui que eu andei de mota pela primeira vez, abraçada à cintura de um dos meus tios, que me mostrou algumas zonas durante a viagem; foi aqui onde me descobri uma verdadeira oradora, no sentido de cativar as pessoas a estarem em meu redor a ouvirem o que tenho para dizer, suscitando nelas a vontade de regressar e aprender mais; foi aqui onde tive de fazer as minhas necessidades, pela primeira e última vez, no meio de uma floresta, desenrascando-me com o que havia à volta (foi bastante engraçado, deixem-me que vos diga!); e foi também aqui que conheci a minha trisavó – não é para todos! -, onde comi maracujá às colheres e me senti livre, mesmo no corpo de uma criança. Quero regressar não só porque é de desejo dos meus pais voltarem a pisar o seu país, mas também por curiosidade. Até agora, nunca havia admitido esta possibilidade, mas agora que penso nisso, porque não?
Seguimos, então, para a Bélgica. Fazendo as contas, este país viu-me pela primeira vez na minha transição do nono para o décimo ano, ou seja, há quatro anos. Por esta altura, estava eu de regresso a Portugal. Gostei bastante da experiência, embora sinta que poderia ter aproveitado ainda mais os momentos por lá, para mais que fui para ficar com a minha tia e a minha avó, e tendo em conta que elas trabalhavam na altura, pouco tempo dispunham para grandes aventuras. Todavia, passeei bastante; pisei em Bruxelas, Brugge, Antuérpia, entre tantas outras cidades; comi muitos waffles belgas, assim como as típicas batatas fritas com molhos, enquanto deambulava pelas ruas; visitei um parque temático; encarei o Atomium; joguei bowling; fiz muitas sessões de filmes; aprendi a contar até dez em neerlandês – e agora teria de rever os meus apontamentos para me recordar -; passei por um cemitério lindíssimo; e fiquei hospedada em Londerzeel, um dos municípios mais serenos que eu já tive a oportunidade de conhecer!
Em conjunto com a viagem que fiz à Bélgica, também tive a oportunidade de passar um fim-de-semana a Roterdão, uma cidade holandesa, daí que conto como um terceiro destino. Tive tempo de explorar alguns recantos da mesma, e ainda que tenha ficado pela província, foi o suficiente para querer voltar e, agora sim, conhecer outras cidades, ou mesmo o país inteiro! Sei que foi um fim-de-semana de festa e celebração, quando me dei conta do quão feliz sou a dançar, a comer e a explorar; quando dei por mim a indagar-me acerca de muitas questões que jamais ousei explorar.
Para ser honesta, nem eu sei bem que bichinho é que me mordeu, mas hoje apeteceu-me mexer no baú de recordações e partilhar convosco como é viver na pele da Lyne, A Exploradora. Foi simples, rápido, mas espero que vos tenha suscitado alguma curiosidade em relação a estes destinos. Quem sabe, também eu terei a oportunidade de lhes descortinar novamente.
Já visitaram algum destes países? Ficaram curiosos?
4 Comments
Cherry
2 de Setembro, 2017 at 14:35Que post tão giro! Adoro posts de viagens e gostei do facto de abrires o teu baú de memórias e partilhares connosco três viagens que te são muito queridas. Adoro as fotos :). Quem me dera visitar a Bélgica, que sortuda!
Bem, eu só saí do país uma vez ( sem contar com Espanha, fui para Inglaterra em 2015). Portanto, os três locais aonde gostava de regressar é a Londres ( que é uma cidade mágica e cheia de cultura, pela qual me apaixonei), a Óbidos ( mas esse é mais no sentido hipotético. Gostava de voltar a viver a experiência de um campo de férias, mas já sou demasiado velha para isso, só se for mesmo como monitora) e à Corunha ( pela viagem inesquecível que fiz com amigos da escola).
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
Ju
2 de Setembro, 2017 at 21:56Querida Lyne,
Não tens noção do quanto gostei deste post, pois não? Não mesmo!!! Adorei-o! ;p E as fotos estão todas uma gracinha, ainda bem que foste ao baú!
Eu só pisei território estrangeiro pela primeira vez há pouco mais de uma semana, e nem sequer contou como uma viagem para fora… Mas, tal como tu, guardo todas as oportunidades que vivi com muito carinho e almejo por voos maiores (literalmente) com um enorme desejo de lutar para que tal aconteça.
Beijinho*
P.S.: Que sorte teres conhecido a tua trisavó! Nunca conheci alguém que o tivesse feito, fico genuinamente feliz por ti! 🙂
Tulipa Negra
2 de Setembro, 2017 at 22:24Infelizmente ainda visitei nenhum destes três locais. Para mim ainda são "locais a visitar" =)
Joana
4 de Setembro, 2017 at 2:58Que bonita publicação! Gostei, especialmente, de recordar contigo o 1º destino, por causa da história magnífica ligada a ele. Acho que devias mesmo investir nessa viagem num futuro bem próximo.
Pequeno detalhe em que reparei: nota-se uma enorme evolução do teu à vontade em frente à câmara, desde há 4 anos atrás até aos dias de hoje. Embora já tenhas uma dose de energia a palpitar pela lente, a verdade é que, agora, tu falas e contas histórias através das imagens e dos retratos que te fazem. 🙂