Nutro uma admiração pelos filmes espanhóis. Embora, voluntariamente – e se a memória não me falha -, apenas tenha visto uns três ou quatro, a verdade é que nenhum me desiludiu. Associo-os, quase sempre, a tempos como ao de hoje: lá fora chove, trazendo para dentro das nossas casas um frio que nos obriga a procurar conforto nas roupas quentes e no sofá. A Netflix, felizmente, é mestre em disponibilizar filmes e séries de diversos pontos do mundo!
um aplauso especial à multiculturalidade!
Para nós, espectadores, isso é bastante vantajoso, pois, permite-nos abrir os horizontes e, consequentemente, explorar o modo como outros artistas trabalham as suas obras. Começo por dizer que acho incrível ao facto de os espanhóis saberem como construir uma narrativa e conduzi-la. No meu entender, eles não têm receio de surgir com novas ideias, ou apropriarem-se de outras já existentes, conferindo-lhes uma nova interpretação. Vi o “Mirage” a pensar no “Coherence”, que vi há uns tempos e, de facto, os seus temas principais são bastante semelhantes, apesar das mensagens divergirem num determinado ponto.
o receio de viajar no tempo
Assistir a filmes de viagens no tempo e paralelismos traz-me uma certa agonia, porque por muito que eu me dedique a considerar como seria a minha vida se tivesse tomado decisão y em detrimento da x, acho que jamais conseguiria ter estofo mental para lidar com uma alteração de grande escala… Tal como aconteceu com a personagem Vera que, ao salvar uma criança vinte e cinco antes, perdeu tudo o que ela conhecia, iniciando, então, todo o drama que ela tem de enfrentar.
são três horas de filme, mas não me aborreci em momento algum!
Mesmo com algumas falhas – o natural, portanto! -, “Mirage” obriga-nos a cogitar, a jogar com as nossas hipóteses e estimula-nos a querer saber o desfecho! É um filme claro e sem grandes floreados: o que tem de acontecer, assim o é! Por isso, é que gosto tanto de filmes espanhóis: para além de saberem modelar um ambiente intrigante, convidam a participação dos espectadores e isso é fantástico, porque nos sentimos parte daquela trama! Aconteceu-me o mesmo quando vi “The Invisible Guest”, daí esta fome de querer sempre algo tão bom quanto! Eis um filme que não vão querer perder!
2 Comments
Andreia Morais
14 de Maio, 2020 at 15:15Nunca tinha ouvido falar deste filme, mas deixaste-me mesmo curiosa com toda a premissa. Vou adicioná-lo à lista
Carolayne
14 de Maio, 2020 at 15:58Vai valer a pena!!