SÉRIES | “As três irmãs” (2022)(*)

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As três irmãs é uma das muitas séries sul-coreanas que assisti nos últimos dias. Tenho mergulhado imenso em kdramas pelo modo caricato como contam as histórias e exploram aspetos da sua cultura. Após finalizar umas quantas produções, é fácil deparar-me com tramas muito semelhantes em que apenas modificam um ou outro detalhe. No entanto, as histórias continuam a ser tão cativantes que não me inibo de as ver em menos dias do que esperado.

Nesta série, baseada em Little Women da romancista Louisa May Alcott, acompanhamos três irmãs de uma família pobre. Devido a um alto montante de dinheiro “perdido”, acabam por se envolver com uma família de alta sociedade.

Esta última, do ponto de vista de cada uma das irmãs, é suspeita de corrupção, homicídio e tantos outros crimes que o seu estatuto permite mascarar. Foi delicioso acompanhar cada episódio, despida de quaisquer expectativas. Isso permitiu-me ser surpreendida por cada revelação, embora tenha começado a desconfiar em certos momentos sobre quem poderia estar por detrás de todos aqueles mistérios quase impossíveis.

Desde que vi Parasite que se tem tornado óbvio para mim os temas principais nas tramas sul-coreanas: as disparidades entre os pobres e os ricos, as semelhanças entre estes dois grupos, jogos de poder e muita corrupção! É impressionante como é que um país tão evoluído em termos de tecnologia, ainda é bastante conservador na distribuição da riqueza e tratamento dos media.

Se a distorção da realidade nos media já é tão óbvia, numa série como esta conseguimos expandir ainda mais essa perceção.

No fundo, estas produções visam expor a importância que as elites dão à sua imagem pública, cientes de que isso lhes consagra mais poder de maneio entre a sociedade. Portanto, em As três irmãs, somos obrigados a pensar até que ponto custa obter, manter e disfarçar uma riqueza que, na verdade, nunca pertenceu a ninguém.

O que estamos dispostos a fazer para sairmos do nosso buraco? Um buraco de falta de oportunidades, bem-estar, sucesso, sem que isso equivale à imagem dos nossos inimigos? Mais profundo ainda: quão diferente somos deles, afinal?

O meu espírito foi assomado por muitas questões ao longo destes doze longos episódios. Dou, igualmente, pontos de apreciação para com o estilo, interpretação e cenários aqui presentes. Mesmo que existam pontas soltas, dificilmente me dei conta de tão mergulhada que fiqueis. É por estas e por outras que vos aconselho esta série para os próximos tempos!

Entretanto, conta-me: conhecias esta série? ♥

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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