FOLHAS SOLTAS | quinta-feira, 27 de maio de 2021

Cheguei há pouco do trabalho. São 00h50, os olhos estão-se-me prestes a fechar e mal encaro o teclado que tenho à frente. No entanto, ao longo do turno de hoje, surgiu-se-me esta introdução. Para não manifestar o tédio pelos mares da criatividade, quero arriscar a explorar as palavras que querem sair de dentro de mim. Começo por anotar que me sinto positiva. Ainda com as minhas questões existenciais, mas bem.

Sinto que a engrenagem está realmente a funcionar, que as peças se estão a encaixar e que, conforme o tempo passa, as respostas vão surgindo. Tenham elas uma conotação desejável, ou não. As pessoas com quem lido diariamente são extremamente simpáticas. Nunca julguei que haveria tanta simpatia espalhada por aí, tão mais perto do que eu imaginava. Não é novidade por aqui as razões de eu desconfiar da simpatia dos demais.

Essa desconfiança vai ganhando outros contornos. É bom que ela exista, contudo, manter-me íntegra à minha própria simpatia tem-me aberto portas. Portas para um mundo vasto de gargalhadas, momentos divertidos, gestos inesperados e uma alegria desmedida.

Termino os dias de rastos. Há uns em que me aguento bem, em que mal coloco os pés em casa, ainda exalo a energia que me resta. Outros, como agora, em que tudo o que eu mais desejo é aconchegar-me na cama e adormecer. Se aqui estou, a balouçar de um lado para o outro sentada nesta cadeira, é porque o amor que eu nutro pela escrita já me sufoca… Tamanho descuido que lhe tenho dedicado.

Gosto de ter o blogue atualizado, ainda para mais depois da experiência dos últimos meses. Portanto, ir contra uma das promessas que fiz a mim mesma de jamais deixar isto de lado tem-se-me martelado na cabeça. Por outro lado, tento respeitar o meu silêncio, pois, ninguém além de mim me faz cobranças. Está tudo dentro da minha mente.

Tal como disse Osho, o melhor modo de superarmos a teimosia mental é ignorando que a mente existe. É não lhe dar abébias. E creio concordar, sobretudo depois de me ter apercebido que ando a fingir momentos de ócio e que, na realidade, são ocasiões em que a ansiedade sussurra de mansinho o que eu deveria, ou não, estar a fazer.

É chato e aborrecido. Cansativo, diria, querer relaxar e não ser capaz. Ainda para mais, tendo o hábito de meditar.

É que nem isso tenho feito, sem trazer ao de cima a sensação de estar a falhar em alguma coisa. É um tanto sinistro, também. Daí a importância de, por exemplo, eu explorar o potencial das minhas manhãs. Tenho tempo de sobra para colocar imensa coisa em dia, sem me sentir um fracasso. Ainda que exista uma ponte entre as noites e as manhãs e que deve, sem dúvida, ser fortificada, nada me demove de acreditar que é tudo uma questão de prioridades e organização.

Tem sido como que descobrir um mundo novo. Este em que me disponho a favor do que me acrescenta, dado que num período de 7h, a minha atenção deve estar focada no trabalho. Tenho gostado de trabalhar por lá. Sobretudo, depois de tanto tempo em casa. Estar atarefada tem-me mantido divertida e ocupada. Já não alimento certos pensamentos com tanta sagacidade, o que me vai aliviando a ansiedade.

Consoante os dias passam, vou-me apercebendo da origem dos desejos que guardo para mim e que representam aspetos pessoais que devo resolver com cuidado.

Muito cuidado mesmo, visto que se correlacionam com outras questões da minha vida e que merecem um desembaraço atencioso. A bagagem que me acompanha tem-se tornado cada vez mais leve, todavia, isso não significa que o que fica não custe a carregar. Mas está tudo bem com isso. Desde que seja somente da minha responsabilidade, não há nada que não se resolva. Bom, por agora, não tenho mais nada a dizer. A cama chama e o sono impera. Havemos de nos encontrar por aí! ♥

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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