Exactamente daqui a três meses, faço 21 anos. Observar estes dois algarismos, por si só, é capaz de me compelir a refletir com muito mais atenção do que me é natural, principalmente devido aos últimos acontecimentos da minha vida. Quando 2019 nos saudou, uma das primeiras coisas que me atravessou a mente foi a certeza de que, neste ano, contrariamente aos outros que já lá foram, eu não celebraria o meu aniversário. Poderia dar uma de maluca e afirmar de que não desconfio de qual foi o espírito que se apoderou de mim, mas a verdade é que lhe conheço demasiado bem os detalhes e fui-lhe dando muita corda, mais do que a que deveria, por esta altura da minha existência.
Foi preciso estar disposta a arrancar toda a minha alma e a depositar em grandes desabafos, para ouvir o que estava a precisar: não obstante todas as reviravoltas, toda eu continuo a reunir as razões para organizar uma mega festa e celebrar mais um ano de vida, de saúde, de prosperidade, de amizades verdadeiras, de um amor incondicional, de conquistas. Toldada pela ideia exagerada do muito pensar, eu me estava a privar de uma característica minha, esta parte de mim que adora festejar as pequenas coisas, que se entrega com tamanha disposição aos desafios que lhe parecem bem e benéficos…
Enclausurada na minha jaula de ar com a porta aberta, eu me estava a privar de viver e aproveitar, no meu dia, a pessoa que sou e aquelas que tenho, dado que o meu aniversário não é somente meu, mas de todos aqueles que me são queridos! Com uma das minhas reflexões atualmente finalizadas, fica-me então mais fácil de cogitar como é que anseio estar, daqui a cinco anos. Pensar no futuro é um tanto trapaceiro: o Universo tanto pode pegar nas nossas palavras e as reverter contra nós, ou então jogar a nosso favor e eu acredito que o segredo resida naquilo que estamos a desejar ao génio da lâmpada.
Não quero grandes coisas, somente a força para não desistir de mim e das minhas ambições. Desejo ter, de facto, terminado o curso que estou a fazer presentemente e me encontrar num lugar espiritual satisfeito com a escolha de ter prosseguido. Espero, ainda neste ponto, ter encontrado a mesma paixão ingénua do dia em que chorei quando soube os resultados dos colocados. Desejo felicidade aos meus e que todas as uniões que têm vindo a crescer ao longo dos anos, se alimentem mais e mais. Desejo já ter ido a Itália, feito um estágio que me traga prazer e finalmente finalizar, pelo menos, duas das minhas histórias mais queridas por mim.
Desejo, a cada ano, poder ver os meus amigos e a minha família a enriquecer espiritualmente, a ultrapassar os seus traumas e lutos, a crescer e a nunca desistirem das suas ambições. Espero, acima de tudo, saber converter todas as minhas angústias íntimas numa desculpa para tentar, sempre. Continuar com o blogue e ver com curiosidade como será tê-lo daqui a cinco anos também me parece aliciante. Conhecer, pessoalmente, muitos dos produtores de conteúdo que admiro hoje; ir a mais eventos relacionados com este assunto; quiçá, construir ainda mais projetos ao lado dos que confio…
No aglomerado de desejos que me habitam, nada como continuar a explorá-los e ver no que dão. Há qualquer coisa de fascinante nesta coisa de visualizar o futuro e é partilhando-o com alguém que, muitas das vezes, o nosso mundo se constrói! Pese embora a maldade que nos rodeia, é acreditando nos pequenos lagos de otimismo que facilmente nos erguemos, de mãos dadas, com os demais! Escrevo isto em jeito de carta para mim mesma, ansiosa para comparar os resultados. Independentemente do que se sucederá a partir daqui, é de coração aberto que viverei a minha vida, com base nas palavras que tenho vindo a trocar com pessoas muito importantes e que, sem eu pedir, me abriram os olhos para toda esta sinceridade de ser!
Contem-me: como é que se imaginam daqui a 5 anos? Já tinham pensado nisso? ♥
1 Comment
Andreia Morais
11 de Março, 2019 at 0:15Projetar o futuro é sempre delicado, ainda que, por outro lado, também reserve a sua quota parte de entusiasmo. Daqui a cinco anos, não peço muito, gostava de estar num trabalho estável e numa relação sólida. Com mais viagens na minha bagagem e com as tatuagens que tanto vou adiando fazer 🙂