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APÓS UMA TEMPESTADE, EM ALTO MAR…

10 de Julho, 2018
De olhos postos no céu, enquanto todo o meu corpo boiava no extenso mar que me carregava, perguntei-me quem era eu. Esta questão já se anda a intensificar há imenso tempo, praticamente desde que se deu o início do segundo semestre deste ano letivo. Para além das atribulações que vieram atrás de diversas ocorrências e decisões tomadas, fui também presenteada com a constante questão existencial acerca de mim e das coisas que quero. Até há pouco tempo, eu quis tirar férias do blogue até dia quinze de agosto, no entanto, quando me entreguei ao mar e relaxei o corpo, apercebi-me de que já não fazia sentido esperar mais e me condicionar a não escrever.
Uns dias antes do exame de Projeto, aliás, naqueles dias mega exaustivos e que exigiram tanto de mim, mal tive tempo para mim, para os meus, para as minhas atividades. Durante um mês e meio, fomos só eu e Projeto e aí de quem se atrevesse a se meter no meio de nós…. Naquelas semanas, desconectei-me imenso e, em vez de me conceder uns minutos para me reencontrar, eu dava asas à imaginação e me perdia ainda mais. Melhor tivesse sido se esta situação tivesse apenas durado um dia ou dois. O problema foi que ela se estendeu por semanas e, como é óbvio, a vontade de voltar a fazer as minhas tarefas adicionais era quase inexistente. Honestamente, acho que assim o era mesmo: inexistente.
Pareceu-me adequado determinar o regresso para meio de agosto, pois, nos entretantos, vou fazer uma viagem e tudo o que eu quererei é ficar longe da internet e aproveitar a mesma, tirando partido da minha máquina fotográfica, do meu talento para escrever e desenhar, registando as minhas experiências enquanto turista. Quero fazê-lo em pleno para que depois possa tranferir todas as palavras para aqui, contudo, ser-me-ia impensável fazê-lo com tanto tempo de ausência. Agora, percebo isso. Agora, compreendo de que a melhor decisão talvez não tenha sido criar uma distância tão longa, não obstante o bem que me fez estar longe daqui.
Naquele mar, naquele momento de pura descontração, eu me avistei lá em cima, alegre e com vontade de trabalhar por isto, de me atualizar, de vos trazer novidades. Ontem, por conta de uma simples saída, regressei a casa com ânimo para ler e foi o que fiz. Após o jantar, aconcheguei-me na cama e li até colher o sono. Hoje, após a praia que quis recusar, regressei com os dedos a fervilharem e a cabeça a rogar por um conforto. E aqui estou. A regressar aos meus compromissos e tentada a escrever sem cessar.
Todos estes parágrafos advêm de tanto que vos quero contar, mas que ficarão para outros dias. Por agora, não vos quero encher com mais palavras para além daquelas que, de maneira tão fácil, me abandonaram o espírito. Para recomeçar, parece-me mais do que bem! Espero que, mesmo após este tempo todo com um calendário super esquisito, ainda se mantenham por aí, interessados e curiosos. Agora que estou de férias, quero aproveitar para ler os blogues que tenho em atraso, os livros que, inevitavelmente, ganham poeira nas estantes, exercitar imenso e viver a vida. Não são promessas, não são regras, são apenas pequenos reminders para quando eu me puxar lá para baixo, sem razão alguma.
Após uma tempestade, em alto mar fui mais eu do que alguma vez julguei possível. E é acerca disso o que se trata, também, estar aqui.

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