Por um determinado período de tempo, deixei de passar pela zona onde mais papoilas avisto. Parece um detalhe simples e que passa despercebido a qualquer um, mas quando começaram a brotar as primeiras no início da estação, apercebi-me do quão distraída ando com certos pormenores. Desde então, que tenho feito por associar essa imagem com tudo aquilo que já vivi até hoje, de maneira a nunca me perder… De maneira a nunca perder o foco. Isto faz-me recordar de que terei saudades de muitas coisas, quando o tempo para cumprir com certas promessas surgir. Promessas que fiz a mim mesma e que se não forem cumpridas, far-me-ão sentir como lixo. Eu prefiro viver com a sensação de que experimentei tudo a que tive direito, do que nos braços do arrependimento por me ter acomodado.
Causa arrepios, para dizer a verdade. Quando colocamos uma ideia na cabeça e estudamos os prós e os contras, algo de sobrenatural nasce em nós, plantando em cada canto da certeza uma dúvida existencial e que se debate através da ansiedade. Esse medo tanto nos pode paralisar como nos impulsionar para a frente e para o alto, de preferência, guardando-nos contra quaisquer trapaças que a vida tiver prontas e ao nosso dispor. Que eu saiba, todos jogamos na certeza de que sairemos vencedores, apesar de serem poucos aqueles que reconhecem de que existem reviravoltas. E a minha está a acontecer agora, em tempo real.
Sei quais os caminhos pelos quais optei. Compreendo cada conselho que me teceram, outrora, na tentativa de me oferecerem mais possibilidades. De ingenuidade toldada, fiz as minhas escolhas e não digo que esteja arrependida, de todo! Poderia ter escolhido muito melhor, lá isso é verdade, mas nunca é tarde. E não o sendo, em conjunto com a clara evidência de que ainda sou demasiado jovem para me prender a uma só decisão – se bem que é algo que toda a espécie humana deveria ter enraizado na mente! -, vou pegar em mim e arriscar. Assim. Sem medos. Quero dizer, pelo menos a tentar não sentir medo!
Não me passa ao lado o facto de ter de compensar alguns pesos na balança, mas com o tempo logo se vê. Vai ser engraçado, sei que sim. Terei imenso para relatar, disso posso ter a certeza. Porém, acima de tudo, sei que estou a viver pela opção certa e que nada nem ninguém serão motivos para me obrigar a desistir. Assim o espero! Não estou para aqui a fazer mistério, ao não revelar o que é que me inspirou a escrever isto. Certamente, quando tudo se suceder, poderei ser mais explícita e, quiçá, escrever de que maneira é que poderão deixar os receios de lado e arriscarem. Até lá, tentem sempre fazê-lo. O mundo não há de terminar apenas porque decidiram mudar o vosso rumo, para o vosso bem.
As pessoas em volta, aquelas que não vos apoiarem seja de que maneira for, não terão direito a opinar quando a vossa tela se tornar novamente branca, mas com alguns apontamentos da “vida passada”. Mesmo que priorizem as transformações, nunca se esqueçam de quem andou por lá, ao vosso lado, nos piores momentos. Não se desfaçam das memórias, apenas as acarinhem e guardem num local seguro, acessível nas situações de maior aperto e que com certeza vos ajudarão a ultrapassar diversas fases. A vida é curta, meus caros, e há que aproveitá-la da melhor maneira!
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