A ARTE DE ZELAR PELO SUCESSO, ATENTANDO AO DESCUIDO \ A REFLEXÃO DO #MOVIE

Muitas das vezes, dou comigo a refletir acerca da minha opção em relação às Artes. Não é segredo para ninguém de que esta é a área crucificada, que quase ninguém quer, pois, “nunca há saída, os artistas são preguiçosos”, yada, yada, yada, todo um conjunto de argumentos que já estamos cansados de escutar a cada esquina, século após século. Também não é segredo para ninguém a minha opinião acerca do assunto, no blogue: sou de Artes, estou a tirar Arquitetura e garanto-vos de que ter uma veia artística – ou, pelo menos, fazer nascer uma! – dá uma trabalheira do caraças. No joke
Não querendo entrar novamente por caminhos já muito gastos, nunca tive medo de vir a ficar desempregada, tendo em conta as minhas escolhas. O que me assusta, realmente, é nunca vir a fazer jus a mim mesma, visto que não é de mim estabelecer comparações absurdas e querer viver disso. Não. Uma coisa é construirmos um leque de inspirações e seguirmos certos passos, outra é a obsessão de copiarmos o que existe pelo mundo. Existe uma grande diferença entre “tipo” e “modelo” e, infelizmente, o mundo só se tem vindo a basear nos “modelos”. Infelizmente. 
Enquanto artista, tanto a fazer arquitetura, quanto a desenhar ou a pintar, ou mesmo a escrever e a fotografar, receio vir a cometer um erro enorme e que me custe o meu talento. Tenho receio de, num dia qualquer, assinar contratos que me limitem na hora da criação, matando-me aos poucos. Tenho medo de vender a alma ao Diabo e me perder de mim mesma. Talvez este medo viva em cada um de nós, sejamos aspirantes a Picasso ou a Einstein, no entanto, acho importante mantermos uma postura vincada, desde muito cedo, em relação ao que desejamos para o nosso futuro, sem temermos cair na tentação de escutar as palavras dos outros e não do nosso coração. 
Falo como se já tivesse a sina planeada – e se calhar até a tenho, vai-se lá saber! -, contudo, de uma coisa tenho a certeza: a artista que sou ambiciona nunca abandonar a sua essência. Tudo isto veio à baila por causa do documentário do B. Keaton, o ator. Ficou explícito e ao mesmo tempo subentendida, a maneira como ele levou a vida, após a sua degradação artística. Ninguém, no seu perfeito juízo, deseja terminar como ele, falido, esquecido, sem vontade de lutar pelos seus projetos. Ele bem que tentou, mas a cada investida, arrancavam-lhe mãos cheias da sua penugem, impedindo-o de voar, aos poucos. Talvez, ele só tenha aceite o contrato por julgar que cresceria ainda mais… 
Talvez, vai-se lá saber, ele já havia desistido e tencionava correr atrás de um motivo que lhe servisse de âncora… Sem saber as respostas, apenas me sinto inspirada para nunca sucumbir no ímpeto da altivez. Quero ganhar a vida como alguém honesto, de baixo para cima – tal como o Keaton fez, atenção! -, tal como me foi enraizado desde cedo. Tenho sonhos, isso é certo, e mesmo reconhecendo de que tenho de batalhar por eles, não há nada tão precioso quanto a ingenuidade de achar de que tudo ficará bem… Porque, querendo ou não, o que fizermos hoje poderá corroborar com essa candura…

Publicação inserida no projeto #MOVIE36. A criadora, Carolayne Ramos, do blogue “IMPERIUM“.. A parceira oficial é a Sofia Costa Lima, do blogue “A Sofia World” As participantes: Inês Vivas, “VIVUS ” | Vanessa Moreira, “Make It Flower ” | Joana Almeida, “Twice Joaninha” | Joana Sousa, “Jiji” | Alice Ramires, “Senta-te e Respira ” | Cherry, “Life of Cherry ” | Sónia Pinto, “By The Library ” | Inês Pinto, “Wallflower ” | Carina Tomaz, “Discolored Winter ” | Sofia Ferreira, “Por onde anda a Sofia” | Rosana Vieira, “Automatic Destiny ” | Abby, “Simplicity ” | Sofia, “Ensaio Sobre o Desassossego

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