Porque no momento em que ela se decidiu, ela compactuou com a possibilidade de nada ser como dantes. O que se resumia a partilhas, transformar-se-ia em fragmentos de memória, em desejos não cumpridos, em gargantas de um nó apertado, desejosas de encontrar alguém com a destreza de as libertar. Porque ela sempre soube que chegaria o dia de reservar um momento para a tomada de atitude, um vislumbre do que seria se ela tivesse tomado outros caminhos. Porque sem isso, muito provavelmente ela não estaria aqui, assim, a fitar o que há de melhor no mapa que é a sua vida, na dúvida, coagida a ter de optar. Ela acabou por optar ser feliz, buscando a própria felicidade, pois não há ouro que valha mais que o brilhar do seu sorriso no reflexo dos olhares que a acompanham, no congelar de uma foto, no palpitar que era o seu interior. Porque com as rachas que o seu coração foi ganhando, ela se apercebeu do perigo que era expô-lo a tanta vulnerabilidade, a tanto sofrimento, a tanta dor. Ela aprendeu qual a linha, qual a agulha, qual o movimento perfeito para fechar as fendas da alma, sem provocar futuros sangramentos, futuras desilusões. Porque tendo passado por um processo de calmaria, ela adquiriu a sabedoria que há muito procurava, mas a qual não encontrava devido à sede que a conduzia para a questão errada. 

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