Não me considero uma pessoa desleixada, mas também não acho que leve muito a sério certas “regras” básicas que o ser humano deveria cumprir, nomeadamente o facto de andar com certos itens atrás. Não acho que os necessaires sejam, exclusivamente, uma bolsinha que se dirija às mulheres; aliás, se não forem despreocupados como eu, acho bastante bem que se sintam preparados para certos e bons imprevistos. Tirando os dias em que tinha Educação Física, aliados aos outros em que andava no hip hop, é muito raro verem-me a sacar de uma bolsinha da mala para procurar por um penso, um elástico do cabelo ou algo do género. A não ser que eu conte os dias e me lembre de que tenho a menstruação, o mais provável é eu esquecer-me de colocar aquilo que necessito na mala para possíveis imprevistos. E quando falo de menstruação, falo também de cortes com o x-ato, uma dor de cabeça, uma fome aguda.
Não sou muito de sair. Quando posso, evito o máximo possível e só me dou ao luxo de passear durante o dia e gozar da noite em casa, no meu canto e a ler. Já tive mais preconceitos em relação às noitadas, mas isso acabou quando neste ano fui ao Porto, saí à noite e até gostei. Ficou-me gravado que a noite somos nós que a fazemos e que a maneira como ela termina depende, e muito, da nossa companhia. Ontem, por exemplo, tivemos o nosso jantar de turma, alguns optaram por ir até Santos beber um copo e dançar, e eu, movida pelo facto de hoje ser feriado, também aceitei ir. Penso que aquilo que acalmou a minha mãe foi o facto de uma das minhas colegas ter logo disponibilizado a sua casa para eu ficar a dormir, e talvez por eu já ser um bocado grandinha e muito responsável. Adiante, a noite passou, dançámos bastante e, quando dentro de casa e pronta para me banhar, apercebi-me da falta que me fazia uma bolsinha com a minha escova de dentes, um pote com o creme de rosto e muitos outros itens, tal como uma muda íntima e talvez uma t-shirt limpa na mala. Um desodorizante também teria sido uma boa aposta, não só na bolsinha como também na mala diária. Toalhitas, papel higiénico ou lenços, uma cabeça para me mentalizar destas coisas. De facto, são coisas que não nos fazem falta, apenas, em casa. Por muito chato que seja andar carregada com bolsas e roupas e coisas do género, também não é passearmos a mala de viagem como se estivéssemos prontos para embarcar a qualquer momento… Quer dizer, fosse eu rica e talvez me pronunciasse no aeroporto, com a intenção de comprar, pagar e viajar nesse mesmo momento para um destino de sonho… Mas enquanto viver nesta realidade, é sempre bom dar ao necessaire a utilidade que ele merece, mesmo quando só tenho de ir para a faculdade.
2 Comments
Nêsa
8 de Dezembro, 2016 at 18:58Por acaso sempre me habituei a ter alguns essenciais sempre comigo, no entanto há sempre duas coisas importantíssimas de que me esqueço sempre de colocar na mala: água e lenços. Penso que a ausência principalmente do último item se deve ao facto de desde pequena ter sido habituada a que a minha mãe tenha, o que agora me traz alguns problemas xD
Vanessa
9 de Dezembro, 2016 at 18:56Sou uma bocado obcecada em andar sempre com alguns essenciais na mala. Na grande tenho sempre bolachas, água e lenços e quando acho importante (naqueles dias do mês, principalmente) ando com um necessaire lá dentro com tudo o que mais preciso naquelas alturas críticas: toalhitas higiénicas, pensos, tampões e comprimidos para as dores. Isso também é tudo uma questão de hábito, basta caculares a altura e colocas aquilo na mala nesses dias.
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