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RETRO’16 \ O que eu aprendi com 2016

22 de Dezembro, 2016
Pois é! Parece mesmo que foi ainda ontem quando escrevi esta publicação a desejar-vos um ótimo 2016, e agora aqui estamos nós a correr os últimos quilómetros até 2017. Para mim, 2016 foi, de longe, o melhor ano que eu poderia ter vivido, pois conquistei o que poderia ter obtido de melhor: a minha pessoa. Este foi o ano em que me descobri por completo, o ano em que me prestei mais atenção, o ano em que me amei e, obviamente, me continuo a amar. Muitos me perguntam o que é que fiz para conquistar tamanho self-love, mas sei bem que levei nada mais do que dez ou mais anos para que tal se sucedesse. Foi uma autêntica guerra que travei comigo mesma e da qual saí vencedora, eu a pessoa que vos escreve. 2016 foi, também, um ano ambíguo. Afinal, sofri ali pelo meio uma mudança de habitat extraordinária e no qual me adaptei melhor do que estava à espera. Como tal, juntando essa a muitas das outras peças do puzzle 2016, eis aquilo que aprendi durante este ano (porque sim, para mim, o ano já lá foi, embora ainda nos faltem 10 dias. Como assim?):
A VIDA DÁ MAIS VOLTAS DO QUE ESPERAMOS \ E se tivermos o infortúnio de calhar no mesmo sítio de onde partimos, uma coisa é certa: não evoluímos nem um bocadinho que seja. O bom desta vida é mesmo o facto de nos sabermos aguentar em pé, independentemente das voltas que ela nos obrigue a dar;
O QUE DESEJAMOS SEM GRANDES PRETENSÕES, PODERÁ OFERECER-NOS O DOBRO \ Seja um produto positivo aliado a um negativo, simplesmente abracemos isso. Por vezes, desejamos e ansiamos por muito, recebendo quase nada; mas nem sempre tem de ser assim. Muitas vezes, nós não nos apercebemos, mas os nossos desejos surgem sempre de forma a dobrar, em comparação com aquilo que queríamos inicialmente. E isso é sempre uma coisa muito boa!;
LER É DAS MELHORES COISAS DESTA VIDA \ Sinto que nem me precisaria de alongar neste ponto, mas é necessário. Ler é muito mais do que pegar num livro, explorá-lo e vivê-lo. Ler é saber retirar daquelas palavras muitas aprendizagens para uma vida. Sei que andei a ler “pouco” ultimamente, mas sempre que o fazia, mesmo que pescando o melhor livro ao qual me pudesse adaptar, sentia-me feliz e a fazer algo de muito produtivo. Se sou o que sou hoje, dou créditos às leituras que já fiz ao longo destes últimos anos;
NINGUÉM É MELHOR DO QUE AQUILO QUE DEVERIAS SER PARA TI MESMO \ Esta é a aprendizagem mais importante deste ano, e diga-se de passagem, da minha vida inteira. Ninguém, em alguma circunstância, te deveria sentir inferior a ele; ou mesmo fazer-te acreditar de que não és, literalmente, nada. Amar outrem é ótimo, só demonstra que sabes partilhar sentimentos, mas uma coisa é amares, outra complemente diferente é trocar prioridades. Desde quando, em que planeta, é que tens de deixar de fazer as tuas coisas só porque os outros não te deixam? Infelizmente, esta realidade existe em muitos pontos do mundo, e por muito revoltante que seja, enquanto pudermos usufruir desse livre arbítrio, há que tratar de nós mesmos, valorizarmo-nos e, quando necessário, mandar os outros passear;
A TUA ALMA GÉMEA NEM SEMPRE VEM EM FORMA DE NAMORADO(A) \ Parece um absurdo, mas é a pura das verdades. Se fui uma adolescente que fantasiava chegar ao secundário ou à universidade com o intuito de viver uma relação amorosa de outro mundo, digamos que cheguei aos 18 com a certeza de que não preciso de namorados para ser feliz ao lado de alguém. Afinal, existem amigos para quê? Os que tenho atualmente, aqueles que prezo de forma carinhosa, são as minhas almas gémea, e se acontecer eu encontrar um par que seja um amigo deste género, com o qual poderei implicar até à exaustão, então estarei melhor do que bem acompanhada! Mas por hora, aproveitemos os amigos que temos a sorte de ter!;
CUIDARMOS DE NÓS MESMOS NÃO É UM ATO EGOÍSTA \ Embora muitos deixem de o fazer por recearem serem intitulados de tudo e mais alguma coisa. Quanto a isso só vos tenho a dizer que, deixando de cuidar de nós mesmos por medo de sermos julgados, é o pior erro de todos. Afinal, de que vale amarmos o próximo se desconhecermos do amor próprio? Seremos nós capazes de fazer algo de bom pelo mundo, se a nossa situação atual é viver na areia movediça, essa que nos suga, mesmo quando não pestanejamos sequer? A sério, para além de nos fazer bem, é necessário sabermos cuidar da pessoa que somos e mostrar ao mundo que somos superiores às suas críticas, aos seus role models e que, sendo nós próprios, ele acabará por melhorar também;
ELOGIAR OS OUTROS TAMBÉM NÃO TEM MAL ALGUM \ Não sei porquê, mas sinto que existem pessoas que se contêm para que delas não saia nenhum elogio. Eu juro que tento perceber, embora também já tenha sido assim, mas às vezes, a melhor coisa que podemos fazer por alguém de forma sincera, numa situação em que desconhecemos o que é que se passa, é elogiá-la não só pelas suas qualidades, mas também pelas coisas que ela faz. Quantas e quantas vezes já não elogiei alguém quando ela menos esperava, recebendo de volta sorrisos genuínos e uma certa timidez no olhar? O humor da pessoa ganha um outro ânimo, e mesmo nós nos sentimos melhor. Não receiem fazer o bem pelos outros. Talvez isso seja aquilo que falta do outro lado, alguém como vocês na vida deles;
APRENDI A CHORAR \ Pois, lá teve de ser. Guardar o choro é o mesmo que deixar acumular o líquido num recipiente e observá-lo a verter-se, sem poder fazer nada. Ou então quando esforças tanto um tecido, que ele acabará por se romper. Chorar, por vezes, é a melhor solução para os problemas. Seja porque estamos hiper nervosos, hiper ansiosos, de TPM, ou mesmo com vontade de o fazer. Chorem, sem medos, sem receios, sempre cientes de que se for mesmo necessário, o melhor é aceitar e seguir em frente. Ter aprendido a chorar safou-me de muitas coisas este ano, principalmente à frente das pessoas. Somos todos humanos e, no lugar das palavras que não sabem como se expressar, as lágrimas são bem capazes de falarem por nós.
NÃO TER MEDO DOS SENTIMENTOS \ Ah, esta é a mais engraçada. Não posso dizer que sempre tive medo daquilo que sinto, mas sim da repercussão desse ato. Sei lá, as pessoas quando são movidas pelos sentimentos, acabam por tomar certas decisões que, posteriormente, apresentam-se como as piores respostas para um certo problema. E o problema não está em gostarmos, o segredo é saber exatamente controlar esses sentimentos e a ordem das coisas. Obviamente há situações que não conseguimos manejar, e é certo de que andar em cima do acontecimento a toda a hora pode tornar-se esgotante; mas o equilíbrio é a resposta. Não há que ter medo das coisas que afloram dentro de nós, mas cedermos logo de seguida também não é assim tão aconselhável;

MAS TER MEDO DAS OUTRAS COISAS TAMBÉM É NATURAL \ Faz parte da espécie humana, animal e tudo o mais sentir medo. Afinal, o medo nada mais é do que uma resposta instintiva e um aviso de que algo não está bem e deve ser mudado. Algo de que eu tinha muito medo era da universidade, de mim, das pessoas e do tempo… Tendo aprendido a esperar, a moldar-me de forma saudável e a tentar compreender as coisas ajudou-me a perder o medo. A universidade passou a ser uma casa, eu amo-me tanto quanto consigo descrever, as pessoas não são assim tão más quanto parecem e o tempo somos nós que o fazemos. Simples, não é?;

TIRAR FÉRIAS DA VIDA É TÃO NECESSÁRIO COMO DO TRABALHO \ E quando digo “tirar férias” não é desistir da vida. Existe uma grande diferença entre estes atos, e o que eu quero dizer é que por vezes faz bem sermos rebeldes e fugirmos das rotinas. Acima das responsabilidades está a nossa saúde. E se ela nos manda ficar em casa, por muito custoso que seja, há que afastar o corpo não só do trabalho, mas também das pessoas. Se termos de lidar connosco mesmos dá uma trabalheira, imaginem conciliar isso com tudo o resto. Prioridades amigos!;

SER-SE ESPONTÂNEO É MAIS DIVERTIDO \ A esta conclusão cheguei, ainda, no início do ano. Já aqui referi que gosto de elaborar planos e listas com coisas a fazer e, de certo modo, a remeter-me para o futuro, mas acontece que com a entrada na universidade, tive de aprender que planear coisas a longo prazo nunca resulta, mesmo que esse futuro esteja a minutos de acontecer. Permitirmos que os momentos se desenrolem é o melhor que podemos fazer por nós mesmos e pelos outros. Viver situações espontâneas marcam ainda mais do que quando demoramos o nosso tempo a marcar as coisas. Espero continuar a levar isto comigo para o resto da vida!

SAIR DA ZONA DE CONFORTO É MUITO NECESSÁRIO \ Tanto a própria vida quanto a entrada na universidade me elucidaram para isto. Muitas das vezes, a nossa zona de conforto só nos atrapalha, em vez de nos proteger. Claro, se não nos sentirmos à vontade com algo, não somos obrigados a fazê-lo, mas e se estiver ao nosso alcance experimentar e retirarmos as nossas próprias conclusões? Não nos tornamos ainda mais conscientes daquilo que poderemos dizer aos outros? A Praxe, por exemplo, foi uma experiência que me puxou para fora da minha zona de conforto de uma maneira absurda, e que de certa forma, me ajudou a encarar o mundo como muitos dos cantos que desconheço e que desejo, sem dúvida, explorar com todas as armas que tenho. Sair da zona de conforto é, também, ultrapassar os limites que nos impomos e que nos dificultam visualizar aquilo que nos rodeia tal como que é, logo, derrubar essas barreiras só nos trará coisas maravilhosas!;

A NOSSA FAMÍLIA É AQUELA QUE ESCOLHEMOS \ E quando digo isto é porque gosto de considerar os meus amigos como família. Afinal de contas, são eles que também partilham da maior parte do meu tempo comigo, e até talvez mais do que a própria família. Um laço de sangue por vezes diz menos do que uma afinidade de longos anos. Sermos felizes depende sempre das pessoas que escolhemos levar adiante na nossa vida, e 2016 soube como abrir-me os olhos para isso. Se sou feliz e ganhei o gosto de me dar com os da minha espécie, agradeço então à existência de uns quantos indivíduos que gostam de mim tanto quanto gosto deles.

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    Carolina.
    22 de Dezembro, 2016 at 10:12

    Este ano não tive férias. Tive a sorte de ter começado o Estágio Curricular mais cedo e de ter começado a trabalhar logo a seguir e sinto-me mesmo muito grata por isso – sobretudo porque trabalho onde gosto – mas também percebi aquilo que aprendeste: as férias (do trabalho, da vida, de tudo) são tão necessárias…! Estes dois últimos meses de 2016 estão a ser difíceis porque o cansaço começa a pesar…

    • Reply
      Carolayne R.
      22 de Dezembro, 2016 at 11:27

      Este ano podes não ter tido as tuas merecidas férias, mas verás que logo, logo, elas te chegarão a ti e saberão a ouro!! E o melhor que te poderia ter acontecido foi exatamente estares a trabalhar em algo de que gostas, por isso acredito que não te esteje a doer assim tanto! E digo isto porque mesmo estando cansada por causa deste primeiro semestre, só o facto de estar a estudar algo que quero, torna as coisas mais fáceis! ^^
      Força nisso Carolina, mais um bocado e poderás descansar! Beijinhos!

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    Catarina
    22 de Dezembro, 2016 at 13:35

    Que texto do caraças! É tão importante sabermos reconhecer que crescemos e que aprendemos com aquilo que a vida nos dá.

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