GUIA \ 7ª Coletiva de Artes, Escola Secundária de Casquilhos – AMAC

Ainda ontem entrei para o 12º ano e hoje lá fui eu para a exposição de trabalhos realizados ao longo deste ano. Eu já tinha a noção da quantidade de coisas que tinha feito, mas depois de ver tudo organizado conforme as disciplinas trabalhadas este ano, a única coisa que me veio à cabeça foi o como é que eu ainda tenho a mão no devido lugar. Foi um ano do caraças, colorido, artístico!

Como é habitual nos Casquilhos, os professores organizaram-se entre si e contactaram a Câmara Municipal, de modo a concederem-nos o piso de cima para todos os projetos finais de todos os alunos das Artes, para que assim nascesse a exposição deste ano. A cada projeto pelo qual passava, sentia a baba a cair-me de tão estupefacta que estava, enquanto congelava aquele e outro trabalho, tanto para recordar mais tarde, como para partilhar convosco! Caso estejam curiosos para saber mais acerca da exposição, a mesma prolongar-se-á até ao dia 16 de junho, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Parque da Cidade, Barreiro. Sem mais delongas, e visto que esta é uma daquelas publicações que devem, exclusivamente, ser interpretadas de maneiras diferentes por cada um de vós, aqui deixo-vos as fotografias de alguns trabalhos! 
O cartaz mais um texto a explicar os motivos da exposição.

Este ano, foi-nos proposto, no meio de tantos outros projetos, desenhar um objeto pequenino, mas em grande escala. Escrevi esta publicação ontem e só hoje é que me apercebi de que não tinha partilhado convosco dois dos melhores desenhos de ampliação que tivemos lá pela turma, em Desenho. A Susana desenhou a patilha de uma lata de refrigerante, enquanto que a Bárbara explorou as formas e volumetrias de um tubo de tinta. Digam-me lá se não era um enorme pecado deixar estes dois desenhos de lado?

O resultado dos projetos realizados no âmbito da disciplina de Oficinas. Durante o primeiro período, escolhemos uma obra com a qual quiséssemos trabalhar, fazendo uso de elementos expressivos, tais como a linha, o ponto, a mancha, etc., modelando-a conforme um resultado que se apresentasse verossímil. Para as composições dos segundo e terceiro períodos, o objetivo a cumprir nada mais era do que seguir a linha do primeiro trabalhado, optando por um elemento da obra ao nosso gosto. No segundo período foi na base da pintura e no terceiro da escultura. Para a escultura final, escolhi o cogumelo, um dos componentes do meu trabalho do segundo período, acabando por se tornar o que têm aí mais em baixo.

O meu projeto de final de ano, com uma memória descritiva ao lado.

Projeto de uma das minhas colegas, Benvinda Gomes.

Projetos do segundo e terceiro períodos, realizados por duas colegas minhas, Patrícia e Bárbara. respetivamente.

Na disciplina de Materiais e Tecnologia, um dos grandes objetivos da nossa professora é de nos ensinar, essencialmente, a dar uso a materiais que já não desejamos para as suas funções predefinidas. Como tal, reutilizar é a palavra chave daquela sala. Desde latas de sumo, a espelhos e azulejos partidos, cada um de nós era livre para elaborar um projeto a nosso gosto, desde que cumpríssemos as datas afixadas. Tenha uma dimensão colossal, ou seja um objeto mais pequeno, a verdade é que de qualquer das maneiras o empenho e o suor deveriam ser sinceros e visíveis.
Para o primeiro período, todos nós participámos do mesmo projeto, que consistia no uso do cartão! Já para o segundo, cada um de nós fez uso do metal, acabando por oferecer um leque de trabalhos fantásticos para a exposição. Desde mandalas a candelabros, os resultados finais são de nos colocar a chorar por mais! Para o projeto final, os materiais exigidos eram a madeira, o azulejo e o vidro, correspondendo ao projeto que mais gostei de fazer ao longo do ano!

Projetos da Frederica e da Daniela, mais duas colegas minhas. A mandala da Frederica é o resultado do uso de materiais como as latas de refrigerante, porcas e alguns metais dos quais já não me recordo. Projeto correspondente ao segundo período. Já para o do projeto final, a Daniela fez uso de espelhos partidos e azulejos velhos, criando uma composição fantástica para decoração!

A Susana reaproveitou uma caixa de maderia, decorando-a com azulejos, desenhos geométricos e pedaços de vidro que ela mesma teve o cuidado de pintar com diferentes tonalidades de verde. Ao vivo e a cores, parece que foram colados peças partidas normais, sendo revestidas com uma placa de vidro. Está incrível! Novamente temos aqui um projeto da Patrícia, equivalente ao segundo período. Seguindo uma inspiração retirada de uma imagem, ela fez uso do arame, fundindo-o num candelabro de parede, seguindo formas da natureza. Ela tingiu-o com tinta preta.

Já eu e a Ana fizemos um uso exclusivo dos azulejos, tendo diferenciadas, apenas, as bases. Eu optei por uma base de madeira e ela pela k-line. Reutilizando azulejos que eu tinha aqui por casa, parti-os aos bocados, de modo a que conseguisse ligá-los à minha maneira, tendo em conta que queria um Yin-Yang para decorar a minha estante. Utilizei, nada mais nada menos, do que silicone transparente para os afixar na base e betume para tapar os buracos entre os azulejos. A Ana fez uso de azulejos brancos e azuis, com o objetivo de obter um tipo de parede clássica muito utilizada cá em Portugal. Por cima, representando muito bem os ícones portugueses, ela desenhou o Padre António Vieira, a Amália, o Fernando Pessoa e o Camões.

Patrícia e Carlos. Fazendo uso de um espelho que tinha por casa, a Patrícia recortou formas já de si unidas, ornamentando-as com azulejos de tonalidades brancas e castanhas. Já o Carlos decidiu pegar em azulejos e espelhos partidos, criando uma composição que só ele sabe fazer e que tem, sem sombra de dúvidas, o seu dedo!

Dos alunos do 11º ano. Exetuando o da pop-art, os três quadros abaixo foram os meus preferidos do conjunto de todos os outros, destacando-se o da paisagem que, pessoalmente, apresenta-nos uma textura de tintas sobrepostas muito, mas mesmo muito bem feita! Tendo em conta que conheço a pessoa em questão, não lhe poupei os elogios!

Detalhe da pintura.

Se me questionarem acerca da melhor escola para se tirar o curso de Artes Visuais, responderei com um sorriso de orelha a orelha que os Casquilhos é a escola de Artes. Apesar de já ter ouvido umas quantas bocas acerca daquilo que quero seguir, a verdade é que este amor que eu nutro pela minha área é tão grande e sincero que, independentemente daquilo que digam e que queiram tornar indiscutível, não me afeta de modo algum. Este foi o ano em que aprendi de que, quando as pessoas se dedicam de corpo e alma a algo pela qual têm paixão, os resultados são incríveis e a admiração, assim como o respeito e a procura, são as consequências do nosso bom trabalho. Sempre dependeu das duas partes – professores e alunos – mas hei de admirar eternamente esta preocupação por parte dos primeiros de exporem e partilharem dos talentos que eles cativam os seus alunos a trabalharem. Se não fosse por essa motivação, duvido muito da presença existente que muitos dos artistas, em todas as áreas, tem refletida em cada um de nós. Como tal, gosto de acreditar que esta não será a nossa última exposição, mas sim a primeira de muitas em locais tão significativos como este que nos foi concedido.
12ºE: 2013 – para muitos, talvez uma vida inteira!

6 thoughts on “GUIA \ 7ª Coletiva de Artes, Escola Secundária de Casquilhos – AMAC”

  1. Uau, que trabalhos incríveis! Ver esse teu amor e dedicação à área de que tanto adoras faz-me sentir culpado por não ter seguido o que realmente gostava. Oh well! Fazendo uma apreciação geral às obras, o detalhe no desenho da patilha está algo de extraordinário. Também gostei bastante do teu Ying-Yang e do projecto do Carlos. Desejo-te a maior sorte para a próxima fase e com base no que vi aqui, não tenho dúvidas que foi apenas a primeira de muitas exposições 🙂

    Ricardo, The Ghostly Walker.

    1. Muito obrigada! Quando eu disser ao Carlos que o trabalho dele foi bastante admirado, ele até se passa ahah!
      Oh, nunca é tarde para fazermos as coisas de que gostamos… Cada coisa leva o seu tempo e o importante é nunca adiarmos os nossos planos!
      Tendo em conta a área em que estou, espero que as exposições nunca terminem! Agora é ir trabalhando eheh!

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