15 de janeiro de 2016. Este foi o dia em que visitei, pela primeira vez, aquela que poderá vir a ser a minha futura universidade. Pois é Carolayne, ainda há uns anitos perguntavas-te como era estar no secundário e daqui a uns meses poderás estar a dar início ao curso para que queres ir. E embora me tenha sentido em casa, tenha notas para entrar e cabeça para aguentar tudo aquilo que está para vir, tenho medo. Tenho medo que alguma coisa corra mal, que me esqueça de fazer a tempo tudo o que tenho para fazer, medo de ter de deixar de lado as coisas que amo fazer. Mas esse medo já esteve mais acentuado. Lembro-me perfeitamente de ter chorado baba e ranho depois de fazer o exame de geometria descritiva. E engane-se quem pense que faço parte do grupo de pessoas que detesta geometria. Pode até dizer-se que eu apaixonei-me por esta disciplina desde o momento em que tive contacto com ela. De todos os testes, a nota mais baixa que tive em dois anos de geometria, foi um 18,5. E chorei exatamente por ter errado numa coisa em que não deveria e que me valeu um 16,0 no exame. Fui com uma média de 20 e fiquei com um 19. Passei as férias de verão a considerar se repetiria o exame este ano, mas consciencializei-me de que existem pessoas “em piores situações”. Fiz e refiz as mesmas contas, com as notas que tive, que tenho e as que poderei vir a ter, sempre naquela de verificar se a média mantinha-se ou subia, se chegava ou nem por isso. E embora tenha repetido esta rotina durante semanas, ainda hoje parte de mim deseja repetir o exame. Mas tenho medo de estar a “desperdiçar” tempo, tendo em conta que as médias pedidas para o curso que quero roçam os 12,8 (e não tenho problemas em dizer isto pois é uma realidade). Ou talvez esteja a ser paranóica com este assunto da geometria… E caso se estejam a perguntar, quero fazer Arquitetura (e falo de geometria por ser a disciplina que se mantém nas duas opcionais que nos pedem). E nem falemos de desenho, uma disciplina na qual espero evoluir bastante, de modo a tirar uma nota superior à de História da Cultura e das Artes (15,0).
Ter o poder de escolher o nosso futuro pesa que nem um pedregulho. E por muita determinação que tenhamos, custa sempre ter de carregar este “medo” até ao dia em que nos apercebemos de que afinal tudo correu bem, que toda aquela angústia tinha cura. Nunca pensei que poderia ser assombrada com estes medos, mas a verdade é que todos nós acabamos por passar por isto. Sejam aqueles que têm três valores acima daquilo que lhes pedem, ou os que nem tão pouco têm nota para tal. Ser estudante também arrecada este tipo de coisas. Afinal é da nossa vida futura de que estamos a falar. Mas apesar destes medos, a única coisa que posso fazer por enquanto é continuar a estudar como sempre fiz, dedicar-me em tudo o que puder e tentar superar todos estes demónios fazendo as coisas que mais amo. Até ao dia das candidaturas, talvez isto passe.
Mas agora falando deste instituto. Deliciei-me com cada sala, cada maquete, com o ambiente e até os cursos que não estão dentro dos meus planos me encantaram. Estou bastante ansiosa para dar início à minha vida universitária!
4 Comments
Ricardo Francisco
17 de Janeiro, 2016 at 15:01Passei por todos esses medos e preocupações quando me candidatei à Universidade. O único conselho que te vou dar é muito simples, segue a tua paixão. Não faças como eu que tentei racionalizar e não optei pelo meu sonho porque "depois não há emprego ou pagam mal". Não posso dizer que me arrependa de ter escolhido Comunicação Social – Jornalismo, mas pelas pessoas que conheci, não pelo que aprendi (diga-se de passagem, não foi ao encontro das minhas expectativas). Ou seja, acabei por ficar na mesma, "sem emprego".
Tens uma média excelente portanto sabes que tens capacidades intelectuais suficientes para superar quaisquer obstáculos que possam surgir. Existem sempre cadeiras/matérias fáceis e difíceis em todos os cursos, faz parte. Não deixes que o medo te controle e tome as decisões por ti 🙂
Ricardo, The Ghostly Walker.
Carolayne R.
17 de Janeiro, 2016 at 16:07Agradeço as tuas palavras. E se há coisa que eu farei é exatamente seguir aquilo que eu quero, no estabelecimento que quero. Lá se foi o tempo em que me deixava levar por esses argumentos "isso não dá dinheiro e nem tem saída!". Sou da opinião que tudo dá dinheiro e tem saída a partir do momento em que batalhamos por isso. O mais importante ainda é exercermos uma profissão pela qual estamos apaixonados. E sim, tentarei ao máximo não deixar que os medos me consumam.
Uma vez mais, obrigada.
Cassie
17 de Janeiro, 2016 at 22:45Estou a passar pelo mesmo que tu, a excitação e o medo
Carolayne R.
17 de Janeiro, 2016 at 23:05E tenho fé de que eles encontrarão a sua paz.