Mr. Robot é uma série televisiva que retrata a vida de Elliot Alderson, um perito em programação que trabalha na empresa Allsafe, destinada a assumir a segurança cibernética. Sofrendo de um transtorno chamado sociofobia, Elliot utiliza os seus talentos cibernéticos para hackear pessoas, de modo a conhecê-las e protegê-las, caso seja necessário. Quando uma das maiores corporações do mundo é atacada, Allsafe é chamada ao serviço, sendo Elliot o escolhido para tratar do problema. Mas é a partir dessa ponta solta que tudo acontece. Elliot é contactado por um dos grupos cibernéticos mais rebeldes que vagueiam por aí, denominados Fsociety, representados por Mr. Robot, para que faça parte da revolução que se aproxima.
A minha história com séries é assim um misto de destino com karma. Existem aquelas que começo por ver na televisão e outras que por via de pesquisas e blogues, acabam por fazer parte da minha lista de favoritos. E Mr. Robot faz parte destes últimos enumerados. Já a tinha visto no local onde costumo ver filmes e séries, mas não lhe prestei muita atenção. Depois do fenómeno em que ela se transformou, sendo falada por toda a gente, lá me vi na necessidade de comprovar com os meus próprios olhos o quão boa é que esta série poderia ser. E as 8.9 estrelas em 10 nas votações do IMDb falam por si.
Esta série é muito boa. Ela não se baseia apenas nos hackers que existem por aí, nem faz referências exageradas ao nível de rebeldia atingido. Esta série engloba todo e qualquer tipo de problemas que transformam a nossa sociedade numa maçã podre por dentro. Problemas psicológicos causados pelo meio que nos rodeia; a sede de poder e de dinheiro; drogas e sexo; a vulnerabilidade de qualquer um de nós apenas com um clique. Elliot é uma personagem que reflete muitos que andam por aí, dificultados em relacionar-se com as pessoas devido às circunstâncias do passado. Ele é uma pessoa bastante organizada com as suas coisas; ele não permite que qualquer rasto o siga para onde quer que ele caminhe. Elliot é uma das personagens mais inteligentes, de uma capacidade tática impressionante e perturbadas que eu já conheci. O stress de querer salvar o mundo, ao mesmo tempo em que evita envolver aqueles que, de certo modo lhe são importantes, é o gatilho para que o seu uso de drogas fuja do controle. As suas visitas à psicóloga resumem-se às reflexões mais deeps do seu dia. As denúncias que ele faz com as provas que vai armazenando de um determinado tipo de pessoas, custa-lhe os poucos amigos que ele tem e quase a vida.
Da esquerda para a direita: Tyrell Wellick; Fsociety; Elliot sob o uso de drogas
Para além de Elliot, existe uma outra personagem que abrange certos tipos de ser humano que habitam o planeta em que vivemos: Tyrell Wellick. Juntamente com a sua esposa, este casal é um dos mais nojentos que existem nesta série. Não por terem falta de banhos, mas por não medirem os meios para atingirem os fins. Esta dupla tudo engendra para conquistar arbítrio sobre os outros, mesmo quando têm a plena noção de que a probabilidade de o conseguirem não rasa nem os noventa porcento das hipóteses. Problemas sociofóbicos não são os únicos retratados aqui.
De uma maneira geral, todas as personagens que aqui entram desempenham um papel importante, mesmo que tenham, somente, cinco minutos de “fama”. Cada episódio exprime uma ideia diferente, mas que não foge, de maneira alguma, à mensagem que a série em geral quer passar. E o que torna todo este enredo em algo especial é o super plot twist que nos deixa mais desorientados do que a uma barata tonta.
Há que aplaudir ao ótimo trabalho desempenhado por Rami Malek, por ter tido a capacidade de dar vida a Elliot e por transformar esta personagem em algo muito diferente, mas de uma essência especial; e ao facto de, apesar de ser recente, esta série ter vindo a receber críticas muito positivas. Estou bastante ansiosa para a chegada da segunda temporada.
Classificação da Lyne: 9/10
E vocês, já viram esta série? O que é que têm a dizer?
2 Comments
Anónimo
7 de Novembro, 2015 at 12:07Dou-te os parabéns por teres conseguido falar da série. Já a vi há algum tempo, em três noites, e ainda estou com o meu cérebro torrado. A série é tão inteligente. Surpreendente. Excelente. Qualquer coisa boa acabada em "ente". Queria muito fazer uma review mas ainda não sei como lidar com todos os acontecimentos. Das séries mais inteligentes que vi na minha curtinha vida 🙂
Carolayne R.
7 de Novembro, 2015 at 13:54Obrigada, Jota. Terminei a série há quase uma semana e só ontem é que me vi capaz de dizer alguma coisa sobre ela. Chega a ser complicado, porque é tanta coisa para dizer, mas que contém muito spoiler, portanto convém dizer pouco de modo a não dizer nada, mas que chame pelas pessoas
E tens toda a razão, esta série foi muito bem pensada e eu só espero que a segunda temporada seja ainda melhor! 😀