Editora: Orion Books Páginas: 330 ISBN: 978-1-4091-5725-0 |
Depois de ter experienciado algo do género com um dos meus livros favoritos, há uns tempos atrás, nunca me passou pela cabeça que eu voltaria a passar pela mesma situação de devorar mais de metade de um livro em uma tarde ou dois dias. Apesar de ter começado por ler em formato digital, e de o ter abandonado até ter o livro físico nas mãos, só tenho a dizer que talvez tenha sido propositado. Penso que a experiência teria sido completamente diferente se eu tivesse lido Eleanor&Park pelo telemóvel e não pelo formato original.
Se acham que encontrarão um livro cliché, bastante lamechas, enganam-se. Esta história tem fundamento, o amor que une estas duas personagens é um dos mais belos que eu já tive a oportunidade de testemunhar. Penso que a autora conseguiu descrever bastante bem o desenvolvimento de um amor adolescente, sem vazarem pelos cantos aqueles exageros que vemos muito por aí; mesmo quando o enredo se passa em 1986. Toda esta dinâmica é subtil. São tratados, para além do amor, assuntos como o bullying escolar por sermos, pura e simplesmente, diferentes dos outros; a violência doméstica e a rejeição por parte da família. Em trezentas e trinta páginas, o conteúdo acorrenta-nos, e a curiosidade de sabermos mais e mais vai aumentando ao longo dos capítulos. Não foi à toa que eu li este livro em dois tempos.
Rowell tem talento e sabe como utilizá-lo. Embora no mesmo capítulo, os pontos de vista alternem, não existem confusões ou diferenças temporais. Ambas as personagens seguem a mesma linha de pensamento, mudando, apenas, a maneira da interpretar a situação. Cada momento tem a sua oportunidade de brilhar, e é graças a isso que o relacionamento de Eleanor&Park não enjoa. Aliás, quem está deste lado, torce com todas as forças para que tudo funcione, a despeito desta ter tudo para não funcionar. Cada capítulo é uma fase e essas fases vão-se desenvolvendo. Temos o dia em que eles se “conhecem”; o dia em que se permitem conhecer; o dia em que se deixam ser amigos; o dia em que se tornam íntimos; o dia em que se apaixonam; o dia em que tudo e todos contribuem para que a história se desenrole e até mesmo o dia em que temos o final da trama. São cinquenta e oito capítulos que vão crescendo pela ordem natural, como se fossem um ser humano, e até mesmo os sobejos indicam que jamais haverá um fim, pois tal como nós humanos, as personagens de um livro também merecem provar do desconhecido do seu destino.
Seja para ocupar um fim de semana, uma tarde de verão ou um serão de inverno, este livro é perfeito para vos fazer companhia. Garanto-vos que terminarão de o ler num ápice e com o coração a transbordar…
3 Comments
Leonor
25 de Abril, 2016 at 18:25Foi dos melhores livros que li em 2015, adorei mesmo!
Carolayne R.
1 de Maio, 2016 at 1:32Este livro tem tudo para funcionar! Até agora, foi das minhas leituras mais rápidas, fluídas e maravilhosas que fiz!
Andreia Capelo
8 de Maio, 2016 at 21:40Adorei o teu post! Este foi um dos meus livros preferidos e apesar de parecer mais uma história básica, é na verdade muito característica e interessante! Não podia concordar mais com a tua review 🙂