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BOX-BOOKS \ “Orgulho e Preconceito”

24 de Julho, 2016
Apresentação da rubrica aqui

Título original:
Pride and Prejudice
Autor(a): Jane Austen
Tradução: © Editorial Presença, Lisboa, 2014
Páginas: 400
ISBN: 978-972-23-5229-1
Sem tirar nem pôr, este foi um dos romances mais bem escritos e produzidos que eu já tive a oportunidade de ler! Andei durante uns quantos dias com vontade de me aventurar novamente por este género literário da qual já fui muuuito adepta, contudo, a minha leitura anterior não me consentiu esse prazer. Assim que coloquei as mãos em cima deste livro, e já agora, uma prenda de aniversário da mãe de uma amiga minha, não consegui descolar o olhar de cada página. Sempre me perguntei o porquê de existir tanto amor por esta escritora pelo mundo fora, mas Jane Austen conseguiu fornecer-me todas as pistas necessárias para que fosse possível a descodificação do mistério que pairava em mim. 

Orgulho e Preconceito é sim um romance que trata não só um amor que é vivido pelas personagens principais, mas também daqueles que os rodeiam, assim como todos os tipos de desenvolturas existentes no século XIX. É uma obra toda ela cheia de argumentos e passagens bastante inteligentes, uma prova de que Austen foi uma mulher extremamente estudiosa e intelectual, não carregassem as suas palavras um peso enorme de genialidade e humor muito envolventes. Se se estiverem a perguntar da dificuldade da leitura, garanto-vos que em nada devem depositar o terror de levarem anos até a terminarem.

Como disse, Jane Austen sabia como dar uso a certas palavras e certas expressões, refletindo os seus ideais na perfeição. Tanto as personagens como os ambientes tão singulares daquela época têm uma vida própria, algo que ninguém lhes poderá roubar, por possuírem características que só eles poderão ter. Certamente terão de lidar com muitas situações, que muito provavelmente vos chocarão, todavia, têm de ter em atenção de que esta obra é adorada por muitos exatamente por isso: por retratar uma sociedade inglesa que muitos desconhecem, com uma linguagem irónica, contagiante e ao que parece, muito fiel com os factos.

Não se alimentem de suposições acerca dos relacionamentos aqui envolventes. Se há coisa que adorei em Orgulho e Preconceito foi o facto de cada amor que valesse a pena ter sido desenvolvido em cada capítulo, na medida certa, evitando qualquer tipo de enjoo que pudéssemos vir a sofrer, tendo em conta a quantidade de desilusões que por vezes apanhamos com certos romances publicados. Toda esta obra abrange um conjunto de personagens brilhantes, embora muitas delas estejam rodeadas de situações não muito benéficas para as mesmas. Mesmo assim, é evidente o grande destaque de que são feitas, representando talvez o grupo de pessoas que na época eram “rejeitadas” por pura e simplesmente não irem de acordo com os requisitos daquela sociedade.

Uma das personalidades que mais se destaca é a Elizabeth Bennet, uma mulher dotada de opiniões, maneiras de ser e maneiras de pensar que a levavam a ser julgada por aquelas cujo entendimento para outras áreas se não aquelas a que eram sujeitas, em nada se assemelhava com Bennet. Elizabeth ganhou um enorme respeito por mim, não me tivesse eu identificado com os seus pensamentos e com a sua força. Tal como acabava por acontecer com as outras mulheres, ela também acabou por ser vítima do cupido, mas nem isso chegou para que ela abandonasse os seus ideias e se deixasse envolver pelos sentimentos. Houve muita discórdia, muitas discussões, muitas situações que a levaram duvidar daquilo que ela sentia, contudo, o sentimento que a une a Mr. Darcy foi um produto tão bem trabalhado, que os resultados não poderiam ter sido melhores!

Não vos quero, de maneira alguma, indicar este livro com apenas o argumento de que existirá romance. Quero que saibam que todo este livro é capaz de nos tirar o fôlego de igual maneira com os mistérios aos quais somos apresentados, com factos super curiosíssimos e com passagens que nos obrigarão a refletir por uns segundos. Temos em conflito o ódio e o amor, o drama e a aceitação, o orgulho com a verdade dos factos reais e todo um conjunto de circunstâncias capazes de nos surpreender pela positiva! Se nunca tiveram a coragem de o explorar, penso que esta é a oportunidade perfeita para o fazerem!
Clica na imagem para veres a capa original do filme
Duas horas de puro deleite! Quem diria que eu viria a gostar tanto deste filme? Primeiramente, falarei do mesmo enquanto filme. Tenho a dizer que sempre que via a capa de Orgulho e Preconceito, ou mesmo quotes pela internet, torcia o nariz para o mesmo. Gosto de ler romances, mas não sou grande fã de filmes que abordem o tema. Vá, de vez em quando gosto de alimentar o meu lado sonhador, mas nada que necessite de ser socorrido em todos os instantes. Confesso que este filme é perfeito para pessoas como eu: não se serve de relações instantâneas, nem tão pouco nos obriga a esmagarmos a ansiedade por já estarmos fartos dela!

Tudo nele tem o seu pesar. A fotografia está excelente, o espaço físico retrata bem a Inglaterra do século XIX, sendo a opulência a palavra-chave para descrever aquelas casas reais, as roupas dos mais abastados e os bailes que eram tão característicos na época e não senti que alguma personagem tenha sido forçada, experimentando laços de empatia com algumas delas. Sem dúvida que me diverti imenso com esta trama e me deixei encantar pelo decorrer dos acontecimentos! Porventura, não poderei deixar passar a minha opinião enquanto alguém que leu o livro. Garanto-vos, desde os Hunger Games que não me deparo com uma adaptação cinematográfica tão fiel ao livro.

Sou capaz de enumerar umas quantas cenas que foram modificadas, sendo que apareceram também no livro, mas não poderei deixar de elogiar o bom trabalho dos produtores, ao terem pegado em todas as ocorrências importantes, ligando-as através de uma ponte que seguramente não desampará as pessoas que virem o filme, desconhecendo da existência da obra. Os atores escolhidos desempenharam na perfeição a essência das personagens, e admito ter ficado deveras encantada com a prestação de Keira Knightley enquanto Elizabeth Bennet! Keira foi a Lizzy que eu idealizei, inteligente, segura de si e sempre pronta para defender as suas opiniões, sem qualquer receio de ser reprovada pela sociedade. As relações foram bem desenvolvidas e embora existam duas ou três coisinhas mínimas que eu mudaria, o final da trama compensou as horas de leitura e a tarde de domingo passada na companhia de chás e do filme. Se já o viram mas nunca leram a obra em questão, deixar-vos-ei com a pulga atrás da orelha afirmando que a diversão é cinco vezes melhor!

E esta foi a primeira edição do BOX-BOOKS! Espero que tenham gostado!
  • Reply
    Nádia
    24 de Julho, 2016 at 22:39

    Eu sou uma grande romântica, e por isso esse foi um dos livros que mais gostei de ler. Gosto dessas histórias de amor certinhas, como parece que já não existem. Como vi primeiro o filme, as caras dos atores eram as imagens que me apareciam durante a leitura. No entanto dizem que a mini-série (com o Colin Firth enquanto Mr. Darcy) é bem melhor e mais fiel ao livro 🙂

    • Reply
      Carolayne R.
      25 de Julho, 2016 at 2:41

      Já fui uma grande romântica, mas tive de aprender a moderar-me do interior para o exterior. Como disse, de quando em vez gosto de ler ou ver algo que acenda em mim esse lado, e é como se rejuvenesce, mas já não é como era!
      Como ultimamente ando muito pelo youtube e sigo alguns booktubers, "Pride and Prejudice" era daqueles livros de que falavam (e falam!) imenso, e eu sempre me mostrei curiosa… Até ao dia em que fiz anos e ofereceram-me o livro! Foi mesmo uma das melhores leituras da vida!
      Quanto à série, normalmente elas são sempre um pouco mais fiéis devido à duração de que beneficiam, mas por enquanto, quero preservar na memória a maravilha que foi o filme! 😀

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥