Estou, neste momento, a ouvir um álbum que me tem preenchido cada canto da alma, de tão viciante que é. Neste processo, tenho-me vindo a aperceber de um detalhe que adoro em trabalhos do género: a clara transição de cada faixa e que, consequentemente, cria uma história que vamos descortinando à medida que o tempo passa. É uma característica que torna tudo muito mais dinâmico, mais sensual, que nos confere ao corpo mais groove na hora de dançar. Se estiverem a perceber o meu ponto de vista, com certeza conseguem entender o quão importante é sentir que um álbum não tem aqueles cortes que o dividem em faixas individuais e que, por vezes, levam consigo a vibe que vamos construindo à nossa volta. A música é um elemento tão importante na existência da humanidade!
Uma vez, ainda no secundário, recebemos uma espécie de “workshop” acerca de como é que funcionava a extração do som da natureza e que, posteriormente, era utilizada para se formarem samples originais e únicas. No meio dos nossos experimentos, foi-nos desafiado agarrarmos nas mãos uns dos outros, sendo que as pessoas dos extremos, agarravam na ponta do cabo. Assim que ligado, todos ficámos impressionados com a música que o nosso corpo conseguia criar, apenas por entrelaçarmos as nossas mãos. Andámos, também, pela escola a recolher sons, com material apropriado, e no final foi gratificante ter aprendido mais uma coisa acerca de uma área tão bela quanto a música. No final das contas, cada um de nós representou um elemento da natureza que se foi propagando, transitando, de molécula a molécula, de vibração a vibração. E foi das coisas mais poderosas que eu já escutei, vivi, presenciei!
Isto vem mesmo a propósito de uma recente descoberta que fiz, muito ligada ao house, e cuja tenho vindo a idolatrar. Enfim, apenas um pensamento solto que tinha de aqui vir partilhar! (E para os mais curiosos, o álbum é o 99.9% do KAYTRANADA.)
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