(*) este artigo contém links de afiliados!
O título desta obra, por si só, previne quanto às semelhanças. Ainda assim, decidi arriscar e fazer d”A Peste” a minha leitura principal de fevereiro. Esperava encontrar um cenário de agitação e muitas dúvidas… Contudo, não contava cruzar-me com um relato tão fiel aos momentos que estamos a viver atualmente, ainda que este livro tenha sido publicado em 1947.
Se foi assustador ter-me revisto em muitos episódios, sobretudo no que toca aos sentimentos de alienação? Bastante.
Aliás, dei por mim a indagar quantas vezes é que uma situação de epidemia/pandemia já não se sucedeu, promovendo as mesmas perdas e inseguranças? Estaremos, portanto, a viver algo exclusivo? Ou, na realidade, somos apenas novos alvos destes ciclos que a natureza faz questão de trazer ao de cima?
Será um alerta para algo maior e que não está ao nosso alcance devido à nossa ignorância? Ou nós é que destruímos nossa espécie, por não a valorizarmos o bastante? Provavelmente se inspirando em momentos históricos marcantes, Albert Camus mexeu comigo e com a minha sensibilidade, que já anda meio desconcertada.
Ter lido “A Peste” numa ocasião tão atípica trouxe-me algum alento, afinal, nada dura para sempre… E por muito que mereçamos tais consequências, até o castigo termina!
Camus escreve com muita simplicidade, mas que, ainda assim, causa algum brilho no olhar. Fez-me recordar José Saramago. Além da prosa poética, assemelham-se, igualmente, pela veia dramática e que facilmente me transportou para o meio da tragédia. Dado que a literatura tem uma função, a desta obra foi a de me relembrar para continuar a desempenhar a minha parte. Acima de tudo, devo continuar a ter esperança quanto ao nosso desfecho, independentemente da sua índole.
onde comprar:
No Comments