Execional. De todas as palavras existentes no vocabulário português, esta é a que se melhor adequa à produção e que faz de DARK uma das melhores séries que tive o prazer de acompanhar! A viagem começou há três anos… Desde então, tem sido uma aventura integrar neste quebra-cabeças tão peculiar e que, compilando aspetos há muito explorados por outras obras, eleva a fasquia de abordagem dos mesmos, como nenhum outro.
Este é o perfeito exemplo da diferença que a criatividade pode exercer num trabalho, dentro de um conjunto de ideias pré-existentes. Julgo ser impossível existir alguém que ainda não tenha visto esta série, mas sabendo que nem tudo é tão linear, só me resta apelar a vossa atenção e tentar convencer-vos a dar uma oportunidade a DARK!
O começo é o fim. E o fim é o começo.
Eis a máxima de toda esta história, um ciclo que desencadeia uma complexa corrente de eventos e que se vai intensificando, ao longo das três temporadas. Se desejamos encontrar respostas ao longo do trilho, a verdade é que este se emaranha mais, expandindo a nossa desorientação acerca do que nos rodeia. Gosto da arte que me obriga a cogitar, seja ela qual for. Desde livros a séries, ou de séries a pinturas.
É ótimo quando algo me é facilitado, no entanto, o gosto pelo desconhecido atiça a minha curiosidade, captando a minha genuína atenção. Dei por mim a aplaudir o poder que o entretenimento tem de nos ensinar assuntos do mundo, como um todo, desde as matérias que desprezávamos – ou apreciávamos – nas aulas, até ao mais corriqueiro dilema. Mesmo que não utilizemos essas informações no nosso quotidiano, é sempre bom ser-nos prestada a oportunidade de sair da nossa bolha de conhecimentos, aumentando-o.
Tudo o que parecer improvável, possível é.
Sem oferecer spoilers… DARK aborda viagens no tempo, mundos paralelos, religião, paradoxos, teorias do universo! Trata-se de uma analogia para o quão interligados estamos, na nossa essência, por muito que evitemos olhar para esse tipo de detalhes. Cremos, por vezes, ser mais fácil ignorar as nossas parecenças, de modo a nos distinguirmos, quando na realidade, a resposta é mais simples do que julgamos. Ou, pelo menos, passadas três temporadas!
Diferente de outras produções, DARK não se perde nas informações que quer transmitir, nem tão pouco se desvia dos seus objetivos. É muito comum em séries do género, a equipa por detrás almejar acrescentar pormenores super complicados de modo a chamar a atenção do público, arruinando uma equação que, por si só, já era a ideal. Aqui, contudo, tudo se encaixa e o conceito acompanha o decorrer da trama, fechando-se sobre si mesmo, dando origem a um produto claro, limpo e soberbo.
Sim, soberbo é outra palavra que encaixa nos elogios que esta série merece receber! Não só pelos conceitos bem trabalhados, como pela fotografia de fazer babar, a banda sonora que complementa o ambiente em questão, a cultura do país de origem – a Alemanha, no caso -, pela performance dos atores, e tanto, tanto mais! A densidade da informação tem como consequência episódios longos, por conseguinte, demanda muita paciência e foco!
Para que a aventura se torne mais rica…
Assisti às duas primeiras temporadas na língua original com apoio a legendas em inglês, mas nesta terceira, preferi o áudio a inglês, para que me pudesse focar no que estava a decorrer. Este é um dos conselhos que deixo para aqueles que encaram outros idiomas como uma barreira! Não que me faça impressão, considero que as performances dependem muito do modo como os diálogos são ditos e cada língua tem o seu modo de expressão. Porventura, há escolhas que merecem ser consideradas, de maneira a que nos integremos sem impasses!
Desafio-vos a começarem a primeira temporada. De seguida, vejam vídeos informativos e que vos possam esclarecer quanto a detalhes que ficaram pendentes. Sigam para a segunda temporada, e assim sucessivamente. Um dos passos que me auxiliou foi o de procurar clareza em conteúdos próprios e de extrema qualidade, como se de uma disciplina se tratasse. Sozinhos, conseguimos muita coisa, mas em conjunto, conquistamos muito mais! E esta é outra das vertentes belas da arte e do entretenimento: o poder de juntar pessoas!
Deixo, portanto, uma playlist do canal da Carol Moreira, no qual poderão explorar DARK numa outra perspetiva!
No Comments