Começou por ser um ano letivo bizarro. De tantas palavras possíveis para caracterizarem o início do meu segundo ano do curso, esta é que se adequa melhor. Não que tenham sido arrancadas cabeças com machados ou algo do género, mas eu não contava com os acontecimentos que condicionaram esta minha experiência e que, sem eu desconfiar, fizeram parte de um teste ao qual eu passei com algum temor… Temor de não me encontrar onde me encontro, temor de me perder, temor de não me sentir confortável aonde estava.
Passou-me tudo pela cabeça: mudar de faculdade, desistir dos amigos e dos meus objetivos e optar por outro rumo na vida. Começou por um simples algoritmo e terminou com o meu livre-arbítrio. O que se sucedeu após estes meses todos, ensinou-me a ser mais independente, mais consciente dos meus atos e mais firme para com as minhas escolhas. Se ao início eu tinha receio de calhar em situações não muito favoráveis para mim, a verdade é que finalizei esta maratona com as faces ruborizadas, o coração a mil, as lágrimas nos olhos e um orgulho inenarrável a habitar no meu íntimo.
Vivi e sobrevivi a muita coisa. Chorei e tive ataques de ansiedade, jurei nunca mais confiar em alguém. Apaixonei-me a cada dia, semana, mês; arrecadei de cada amor e desilusão uma lição deslumbrante e que, nos dias de hoje, me fazem sorrir só de pensar. O segundo ano da faculdade não só me abriu os olhos para a pessoa em que me estava a tornar, como também me abriu portas para as infinitas possibilidades do meu ser. Recuperei algum fôlego da corrida contra a minha pessoa, fui capaz de avaliar cada ação como um mistério da Natureza, compreendi o valor de pedir ajuda, mesmo sendo orgulhosa até dizer chega…
Estreei os segundo e terceiro semestres com certezas, vivi cada personagem com inseguranças e, por fim, recebi aplausos sinceros pelas minhas descobertas. Apesar das atribulações, das revoltas, dos sonhos que foram substituídos por outros, ficou terminado. Diferente do ano passado, não mencionarei os planos curriculares, pois, a meu ver, deixou de fazer sentido. Fui muito mais do que as cadeiras e, honestamente, as minhas aprendizagens pessoais ultrapassam qualquer uma adquirida dentro daquelas salas. Não que as deva descurar, porém, prefiro guardar esses sentimentos para mim e partilhar apenas o que me queima e marca por dentro. De qualquer das maneiras, foi um ano letivo que se destacou pela positividade que, nos momentos mais árduos, se me apareceu em forma de solução.
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