LIVROS | A woman is no man

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Falei sobre o A woman is no man no instagram e aqui venho mencioná-lo novamente. Após muito tempo com a rotina de leitura desorganizada, era de uma história assim que precisava para sair da reading slump. Apesar de se tratar de um retrato fiel do que ainda ocorre no quotidiano de muitas mulheres, foi uma leitura que se fez rápida.

Aqui, acompanhamos a trajetória de três mulheres de uma família palestina que, fadadas a casar, ter filhos e cuidar da casa, dão por si a enfrentar choques de realidade, culturais e da sua própria individualidade, à medida que se dão conta da falta e excesso da mesma.

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Ainda que inspirada na cultura palestina, questionei-me até que ponto é que a cultura ocidental é diferente da primeira.

Afinal, mesmo ligeiramente avançados, um tanto livres e empoderadas, ainda nos dizem, a nós mulheres, que temos deveres de casa. Ainda acreditam, com todas as forças, que a única participação de um pai é no momento em que traz dinheiro e comida para casa, desresponsabilizando-o do tempo de qualidade, amor e atenção que deveria dedicar aos filhos e à esposa.

Mesmo vivendo em terrenos livres, ainda nos perguntam quando é que vamos casar e ter filhos e não se os queremos para a nossa vida. Ainda nos limitam à nossa idade, como um lembrete de que deveríamos ter filhos…

…nunca nos perguntam se queremos ser mães…

…se temos outros planos e sonhos além do que a biologia dita…

…e, se afirmamos ter objetivos que não vão ao encontro do que a sociedade espera de uma mulher, rotulam-nos de egoístas. De insensíveis. De tudo e mais um pouco…..

….tudo gestos que são representados nesta narrativa que poucos compreenderão, pois, achá-la-ão um exagero. Uma distorção. Uma simples história exposta num livro…

A questão é que os livros, não só nesta realidade em que escrevo esta reflexão mas também em A woman is no man, detêm o poder de nos transformar em pessoas informadas, ricas em coragem para mudarmos o que vivemos, através de uma força que determinadas palavras carregam.

E não, não é um exagero existerem mulheres que não podem ir para a faculdade sem antes se casarem e, dali adiante, dependerem da autorização dos maridos.

Não, não é um exagero elas serem espancadas até à morte, caso um tempero esteja a mais ou menos na comida. Não, não é um exagero elas não poderem ler o que lhes apetecer, não poderem sair de casa para apanhar um ar, questionarem os maridos, as sogras, a vida. Infelizmente, não é um exagero…. Acontece realmente, neste exato momento.

E este livro traz-nos à consciência do que ocorre, se for necessário, a duas ruas da nossa casa. Percebi, ao longo da leitura, porque fujo tanto de livros tão reais. Porque dói, porque me sinto desconfortável na minha bolha de bênçãos e privilégios. Contudo, dei-me conta do quão importante é expor-me a estas realidades, mesmo que não sejam as minhas…

Para que não só possa aprender, mas também precaver-me, manter-me esperta, informada e firme quanto ao que devo, ou não, aceitar. Senti-me grata por ter nascido e crescido com as condições que, até ao momento, me permitem experimentar ser e ter o que quiser sem precisar de me justificar, apesar da agonia ao explorar as angústias destas personagens que, indo ao encontro do que já partilhei, são mais reais do que se espera!

Livro de agosto para o The Characters Club


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Entretanto, conta-me: já leste este livro? ♡

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