LIVROS | “The hate u give”, Angie Thomas

Tive de pensar muito bem antes de o trazer para aqui. Associo-o a todos os mixed feelings presentes no planeta terra. Nem todos o compreenderão. Para tal, é necessário que tenhamos a cor da pele em comum e familiares que, em cenários como o daqui expostos, seriam também vítimas de agressão desnecessária. Ainda há dias, estava a caminhar e a pensar na importância da representatividade. Não só nos media como no quotidiano.

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E é incrível como os atos de uma só pessoa, dentro de uma estrutura social discriminatória, determina os olhares sobre os demais do mesmo grupo.

E isto vai para todos os lados.
É a tal conversa da generalização e que deveríamos evitar ao máximo, pois cada indivíduo com as suas mazelas. Este livro é um estalo. Mas também um abraço sem nunca esquecer o soco no estômago. Esta montanha russa de emoções expressa o que encontrei aqui. Desde as razões de o ter procrastinado, até uma profunda compreensão de que nunca estive sozinha, embora mo tivesse sentido assim várias vezes.

Houve cenas em que vi expostas respostas de que andei à procura ultimamente, e que talvez consigam explicar o rumo de certas amizades. Foi como que uma chave no cadeado certo. Sempre evitei ao máximo associar as minhas características mentais ao meu tom de pele, afinal, isso jamais me deveria definir…. No entanto, até que ponto o fiz por vergonha, medo e, num entendimento confuso, ter noção de que a minha negritude tem ligações a todo um leque de características negativas na sociedade?

Até que ponto me quis diferenciar para, então, não ser vista como “os outros pretos”?

Estive, sem dúvida alguma, a fugir da realidade como a Starr o fez, até se dar conta de que negar a sua natureza é, de igual modo, negar a sua família, a sua casa, as suas origens, a si mesma. Chega a ser doloroso pensar na quantidade de vezes em que isto foi necessário para me deitar abaixo sem eu conhecer o motivo. Agora que o sei, não me magoa ser como sou.

Porque o problema não sou eu mas sim as narrativas que contam em torno de um desenvolvimento biológico. Ao resumi-lo a isto passa a ser tão simples…quem me dera que assim o fosse… The hate u give (*) é um manifesto de final aberto, uma vez que a trama exposta ainda não tem resolução. Sinto que a humanidade terá de se reinventar por séculos até que, finalmente, haja um progresso significativo e histórias assim passem a ser apenas uma memória.

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