Adoro quando a Inês recomenda um pedaço de conteúdo, pois sei com o que contar. Mesmo que sejamos divergentes em muitos gostos, o facto é que nos encontramos noutros mais. Isto para não mencionar a quantidade de assuntos aos quais me exponho e que, de primeira instância, não seriam uma escolha minha. Faz algum tempo desde que ela recomendou Marianne como série para o halloween.
Apesar de não me ter esquecido desta menção, foi só há pouco tempo que a maratonei.
Como sabem, desde outubro passado que o meu devorador de spookiness despertou, então não me restou outra opção que não a de o respeitar. Começou por livros e podcasts dos quais já falei no imperium e congresso botânico, transitando para esta série francesa. Marianne usa elementos gráficos muito explícitos para contar tudo o que ocorre após a publicação de livros de uma escritora bastante famosa, carismática e que afoga as suas inspirações em práticas que lhe são destrutivas.
Ao longo dos episódios, são expostas situações que, inevitavelmente, se ligam a uma personagem que toda a vila da qual é oriunda despreza, por uma ocorrência do passado mal esclarecida…
Mal esclarecida ou, pelo menos, num contexto ao qual poucos dariam crédito. Embora Emma pareça uma delinquente que não gosta de arcar com responsabilidades, tudo refletido numa postura egocêntrica, a verdade é que ela se esconde por detrás de um escudo de medo e incompreensão. Todas estas nuances vão-se tornando explícitas com o decorrer da série e que, aviso desde já, é longa pela duração de cada episódio.
Este fator é bastante revelador, uma vez que implica uma imersão da qual fiz parte, tendo-me arrepiado a cada cena de horror, quase chorado perante a aflição de algumas personagens, e entrado em choque com o último episódio. Esta série é muito interessante porque não só trabalha bem o terror, como aborda questões da maternidade, luto, e traumas na infância.
Não que queira instigar a dúvida…só que pelo modo como a temporada terminou, fiquei com a sensação de que esta história está longe de ter acabado. Quero acreditar que os produtores tiveram essa possibilidade em consideração, seja na escrita da série quanto pós a receção dos espectadores. Comigo, pelo menos, poderão contar para continuar a acompanhar as peripécias deste ser, Marianne!
No Comments