“Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra”, Mia Couto (*)

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Para mim, é sempre uma questão de tempo até me esquecer do contexto por detrás da compra de um livro. Sendo bem sincera, há uns inesquecíveis, outros que me passam ao lado. O que importa, então, recordar-me destas coisas? Não importa muito na generalidade, no entanto, antes de começar a escrever, questionei-me do porquê de ter apostado em Mia Couto.

Talvez pelo facto de há muito querer explorar outros escritores portugueses além de Saramago, Eça ou Vergílio Ferreira. Ou então pela sinopse na contracapa. O facto é que não tenho nada para contextualizar a minha ligação com esta história. Além, claro está, da viagem que aqui fiz, em pouco menos de uma semana. Há imenso tempo que não lia assim. Com gosto, curiosidade, um brilho que, claramente, se difundiu pelo olhar.

Tal como tenho registado pelo blogue, a fase atual em que vivo demanda muita introspeção, limpezas e escolhas. Como tal, apostar em leituras que se adequem faz toda a diferença. Portanto, é natural que um pequeno retrato da minha realidade me aquecesse o coração e o espirito… Mesmo que eu não fizesse ideia dessa identificação.

Nunca tinha lido Mia Couto. E como manda a lei do desconhecido, há sempre um receio de não me dar bem com um autor novo.

Contudo, a vontade de tornar a ler com mais frequência, anexada à curiosidade que há muito pendia conduziu-me a esta leitura. Leitura que se fez rápida e pela qual me enamorei, não fosse a escrita de Mia rica em contornos elegantes e de uma simplicidade que conquista qualquer um.

Além disso, faz uso do linguajar da sua terra e na qual nasceu, e que regista através das personagens, as emoções que brotam de um determinado local, os provérbios e as lendas… Há lá coisa melhor do que aprender continuamente através dos livros e das histórias que contam?

Gostei d’Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra por tão bem refletir como é estarmos longe das nossas origens…

E, por razões que nos fogem ao controlo, termos de regressar e enfrentar realidades que, inegavelmente, fazem parte das nossas. Recordou-me da minha e das histórias dos meus pais, por exemplo. Além de me ter também identificado com certos aspetos da cultura moçambicana, embora não faça parte da minha árvore genealógica (até onde sei hehe).

É por livros destes que me recordo, sem dificuldades, do porquê de amar ler. Das razões que me levam a transcender e a explorar outros mundos. Sem dúvida que Mia Couto entrou na minha lista de autores a continuar a explorar. Quem sabe, me apaixone ainda mais!

Onde comprar:

Wook | Bertrand

Entretanto, conta-me: já leste Mia Couto? Que livros aconselhas? ♥

2 thoughts on ““Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra”, Mia Couto (*)”

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