SÉRIES \ THE HAUNTING OF HILL HOUSE (2018)

O hyped é justificável assim que nos apercebemos envoltos de um emaranhado de emoções, tudo isto provocado pelo decorrer dos episódios de “The Haunting of Hill House”. A trama desta série está tão bem trabalhada que nós, enquanto espectadores, acompanhamos as montanhas emocionais dos personagens e facilmente nos adaptamos às suas histórias de vida, colocando em prática a empatia que habita em nós. Senti-me particularmente embebida por esta história por se tratar exatamente dos eventos de uma casa e das pessoas que por lá passam. Esta série não se trata de mais uma que nos apresenta uma casa assombrada e os seus efeitos nas suas vítimas, mas sim de uma relação mais profunda e inexplicável, ao ponto de a vermos como um ser humano. 

Quantas e quantas vezes acenei perante esta afirmação, afinal, como estudante de arquitetura, também eu já escutei dos meus professores que os edifícios e as cidades são como corpos, as ruas suas artérias e nós, os Homens, o sangue que por lá deambula e que é bombeado segundo as suas intenções. “The Haunting of Hill House”, no tempo em que se situa, apresenta-nos a tragédia que caiu sobre a família Crain, no dia em que os filhos mais novos do casal tiveram de ser arrancados da casa a meio da noite, sem se aperceberem bem o porquê, principalmente tendo de abandonar a mãe que, supostamente, também teria de ser salva. Sabem aquela maravilhosa característica que nos acompanha em “How To Get Away With Murder”, no que toca à montagem das cenas, de maneira a interligá-las, confundindo-nos, até sermos encaminhados para o auge da situação? 

Aqui, acontece exatamente o mesmo e esta técnica funcionou bastante bem, principalmente por se tratar de um terror dramático e isso nos levar a temer com mais sinceridade os momentos assustadores que cada episódio tem para nos oferecer.  Sou muito cagona no que toca ao consumo destes conteúdos, no entanto, senti que por ser uma série, ser-me-ia mais fácil de me entregar à trama sem sofrer grandes traumas. Tiro e queda: apesar de não ser da opinião que a conseguimos ver de uma tacada só, há que nos conceder um certo tempo para processarmos as informações, construirmos as nossas teorias e passarmos novamente à ação. Foi deveras aconchegante – diga-se de passagem! – seguir as pistas, descobrir certos trilhos e me enamorar com as conclusões que me apresentaram. Para além do terror dramático, também podemos contar com mistério e um certo suspense! Se estavam indecisos, espero ter ajudado!