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RECUAR, OBSERVAR E SEGUIR EM FRENTE – AS PERIPÉCIAS DE QUEM VIVE

18 de Novembro, 2018
Faz dias que não falo com imensas pessoas com quem me importo. Uma das coisas que mais abomino nesta rotina da faculdade é ter de abdicar de certas convivências em prol de uma concentração que eu sei precisar para colocar em prática as minhas responsabilidades. Como sempre, tudo isto acaba por ficar de lado. A escrita, a leitura, os cafés, tudo do mesmo. Nunca vos cheguei a contar, mas até há pouco, tive uma pirraça com a faculdade e considerei mudar-me para uma outra. Não sei porquê, mas estava revoltada com a minha situação, com as trapaças que a vida me fez, com as mudanças de que fui vítima sem sequer pedir por. Toda eu era uma indignação incontrolável, sem começo, meio e fim, e a única solução que se me parecia prudente era a de recomeçar. 
No entanto, lá me acalmei e acabei por ficar onde estou, sabendo agora quais as potencialidades que outrora descurei por ter estado tão cega pelo meu nervosismo para o qual ainda não domino qualquer tipo de explicação. Dias afastada e apercebi-me de que estou feliz com os caminhos que fui obrigada a adotar, não só pelas pessoas que tenho vindo a conhecer melhor, mas também pela abertura de espírito a que me permiti. Tendo em conta que não tinha como me apoiar nas atividades que me ajudam a controlar todas as minhas emoções, vi-me desafiada a procurar por soluções a longo prazo e que têm surtido o seu efeito. Aliás, tenho repetido cada vez mais para mim mesma de que não basta haver o momento certo para querer fazer as coisas, há que as querer com toda a nossa alma e disposição para as fazer acontecer. Isto tanto se pode aplicar às coisas básicas quanto às que requerem mais empenho da nossa parte. 
Diferentes circunstâncias demandam diferentes estratégias de vivência e cabe-nos a nós delineá-las a nosso favor. Se não der, é porque não nos encontrávamos na ocasião propícia, no solo mais fértil, na situação mais confortável e segura. Por vezes, o segredo para compreendermos tudo em nosso redor é exatamente deixar de procurar pelas respostas e permitir a nossa existência da maneira mais crua e nua pelo mundo no qual deambulamos. Há segredos escondidos que se nos aparecem em frente dos olhos quando deixamos de os pressionar pela sua evidência. Aconteceu-me por mais do que uma vez ter de atirar tudo pelos ares, abrigar-me no meu casulo e aguardar por um novo dia, em contrapartida, mesmo defronte dos desafios, arregacei as mangas e fui à luta. Ou é assim, ou aquilo que aqui estou a fazer perderá completamente o sentido. 

PERIPÉCIAS

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